"Em seus olhos era possível ver que aquele homem não tardaria a morrer. Praticamente não se podia distinguir sinais de vida em seu corpo. Só restavam nele as ruínas frágeis e minúsculas de uma existência. Seu corpo parecia uma velha casa que, removidos todos os móveis e acessórios, aguarda apenas a demolição. Ao redor dos lábios ressecados, pêlos de barba desapontavam como erva daninha. Refleti sobre o fato da barba continuar a crescer mesmo em um homem cuja vida estava chegando ao fim".
(Toru Watanabe em Norwegian Wood - Haruki Murakami)
Assim como cabelos negros e unhas continuavam a crescer, tudo isso só faz sentido com o tic do relógio a frente e o pi do monitor cardíaco à esquerda. Somente.