29 agosto, 2008

Serotonina

Estamos em falta. Mas se pudesse engoli-la em um único gole, como quem engole sem mastigar a vislumbra alheia, faria, neste instante.

27 agosto, 2008

My boo

Apesar do orgulho muitas vezes não admitir a falta que sente, hoje ele se cala, e mesmo sem querer, deixa escapar uma ânsia há muito entalada na garganta, um grito dos pulmões inundados transbordando incertezas, perguntas sem resposta se chocando violentamente dentro da cabeça, dentro de cada célula, desfilando no fundo
dos olhares na promessa de uma conversa adiada.

Hoje tento substituir todas as sensações que pendem de um fio de seda por palavras e lembranças mais delicadas, mas ao meu lado está sempre a espera, que transforma os ponteiros em chumbo, que contamina o ar com o peso que o peito carrega.
Paraliso! Já não consigo deixar de pensar em todas as evidências de um crime não cometido, misturadas àquela saudade, de cada momento entalhado no 11º andar, sob um Sol poente, dos risos adocicados, das memórias materializadas, das lágrimas entre carros, do bater de portas e o ombro molhado, do virtual para o real, da dormência em um sonho.

E esperança pra muitos é vitalidade, pra outros não é uma condição necessária à felicidade. Mas nesse meu mundo imperfeito, hoje, pra mim, a esperança é o mal mais necessário. Na ânsia de que a razão vai cessar os murros que tem dado na emoção e no sentido da verdadeira essência de uma amizade.

Hoje, em especial, desejo mais do que o habitual, mais que felicitações evidentes - Desejo, volta!

Puxo uma cadeira, me sento olhando para a janela com aquele medo correndo por dentro, medo de que o telefone nunca mais irá tocar.
E hoje, uma lágrima corre solitária, sem lenços de papel oferecidos, ao som de notas que um dia foram cantadas:

"It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want
(...)
Please don't try, is so hard to say goodbye"

"But we shared a moment that will last till the end."


Feliz aniversário, Deusa, Heroína, Iluminada, Bela, minha.
E hoje eu já nem falo de saudade.

26 agosto, 2008

Casa nova: Renovação Criativa



Juntamente com um grupo do 1° ano de Design da Uniban, a partir de hoje, começo a colaborar com o Blog e o Projeto Renovação Criativa

22 agosto, 2008

15 agosto, 2008

Falling Slowly

Indicada ao Oscar como melhor canção original, do filme independente Once - Por Glen Hansard e Marketa Irglova.
Tanto Falling Slowly quanto as outras músicas do álbum, lembram muito o feeling das canções de Damien Rice.



I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react

And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out

[chorus]
Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
You've made it now

Falling slowly,
Eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me
And erase me
And I'm painted black

You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won

[chorus]
Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
You've made it now

Falling slowly
Sing your melody
I'll sing along

12 agosto, 2008

Ponto final. Pula linha.

Ontem eu tinha mais postagens do que hoje.

Reler parte do passado, foi como fazer uma lista de passo-a-passo; de erros e embaraços, que eu poderia ter evitado, não de fazê-los, mas de recordá-los. E então, foi como abrir uma caixa esquecida em cima do armário, com papéis engomados ou amarrotados; coloquei-me à rir de todos eles, dos erros ortográficos, das histórias irônicas e de sentimentos puros ou tolos; de quando me achava uma maçã pronta pro consumo, madura à altura do problema, mas ainda sem a consciência de que tudo passa. E assim passou.

Estou deletando parte do que merece ser apagado.
Pode não ser esquecido, pois algumas histórias passaram do papel e não passaram de uma lágrima; e é tudo passado, com ferro quente; mas ainda assim não há mais necessidade de ficar demasiadamente exposto.

Então, é isso, não é um recomeço, são apenas novos devaneios, histórias, gritos, sussuros, eufemismos e metáforas, com uma pitada de utilidade pública, ou não. E claro, os sentimentos, sempre eles.

07 agosto, 2008

Nós, mulheres, por ela

(...)"Daqui a cem anos, as mulheres terão deixado de ser o sexo fraco. Eliminem essa proteção, exponham-nas aos mesmos exercícios e atividades, façam-nas soldados, marinheiros e motoristas e estivadores, e as mulheres não morrerão tão jovens e tão rapidamente, de modo que os homens possam dizer - Vi uma mulher, como era o hábito dizerem: - Vi um avião. Tudo pode acontecer, quando as mulheres deixarem de ser "protegidas".

(...)"Constituí um quebra-cabeças insolúvel o fato de nenhuma mulher ter escrito uma palavra que fosse dessa brilhante literatura ao passo que, segundo parece, todos os homens eram capazes de compor canções ou sonetos. Interroguei-me sobre as condições em que as mulheres viviam; porque a ficção, na sua qualidade imaginativa, não cai como uma pedra no chão, à semelhança da ciência; a ficão parece-se com uma teia de aranhas, ligada, ainda que por delgados fios, à vida. Por vezes, essa ligação torna-se impreceptível; as obras de Shakespeare, por exemplo, dão a idéia de estarem suspensas. Contudo, sempre que se puxa a teia, presa numa das pontas, e por rota que esteja no meio, vem à memória que estas teias não são tecidas no ar, por criaturas incorpóreas, mas resultam do trabalho de seres humanos sofredores, e estão interligadas a coisas extremamente materiais, como a saúde, o dinheiro e as casas onde vivemos".

Um quarto que seja seu - Virginia Woolf

Isso torna fina a linha das diferenças quando se trata da mesma espécie? Ou apenas mulheres possuem tenuidade para sentir essas linhas virarem ásperas cordas em volta de seus pescoços?