30 janeiro, 2008

Ocidentalização do Oriente

2008 é o ano do Centenário do Japão no Brasil. E também uma época em que sua ocidentalização está cada vez mais eminente, assim como a miscigenação. Isso pode significar extremos lados de uma balança, mas vamos esquecer a parte cultural e politica e entrar no assunto social.
Antes de mais nada, não sou falsa-moralista, e nem estou generalizando ou entrando em nenhuma crítica à questão de raça , já que sou mestiça de pai japonês e mãe italiana. Mas sei que cada vez mais me frusta o contexto que essa tendência é começar a pré-conceituar ou estabelecer um padrão, vamos dizer, de beleza.

Já viram adolescentes gostar de desenhos, músicas e assim já interligar o gosto por olhos puxados e acabar virando quase uma cultuação à tudo que envolva o Oriente? Pois é, isso particularmente comprova a futilidade da geração, que esquece os valores e só vê aparências.

E aquelas baladas "japa" onde você apenas encontra uma legião de pessoas de baixa estatura, com olhos puxados e cabelos lisos com cortes modernos e péssimos dançarinos, e logo os tais "admiradores". O que é isso? Virou circo agora que precisa de evento especifico pra ir "à caça"?

Bom quanto à eventos de animes já foram bons. Há 6 anos atrás, onde você encontrava coisas raras jamais vistas no Brasil, debatia com pessoas que gostavam das mesmas coisas. Era apenas uma fantasia pra estabelecer "negócios e diversão", apreciar os belissimos e bem trabalhos costumes players e dar risada com suas apresentações, mas saiamos de lá e a vida continuava normal. Hoje me envergonha dizer que já poderia ter participado de um evento desses e ver que os jovens tão cada vez mais débil mentais, trajado como um pokémon pra ir ao mercado da esquina, garotas parecendo mini prostitutas de Xangai ou paquitas do "Xou da Xuxa". E todos usam linguagens que nem meu sobrinho de 3 anos entenderia.

Ok! Não vou falar apenas o lado "ruim". Obviamente que a miscigenação também pode acabar com o preconceito da própria raça japonesa, já que AINDA existem, como dizemos "côlonias", que não importa se você tem caratér mas se você não é japonês não pode entrar pra família. É pessoal, ainda existe isso. E eu não tenho um histórico tão amigavél nesse contexto social.

Enfim, é um assunto extenso, e eu só queria falar um pouco da minha frustação com o mundo cada vez mais fútil e inútil. Não sei a quanto a modernidade e ocidentalização chegou à sociedade mas se as pessoas não souberem separar os valores e ficar se preocupando apenas com beleza e raça, a têndência é piorar. Sou apenas a favor da mistura consciente.

Anaikô, assim chamamos mestiços - filhos do Amor. Porque antes misturar raças, era só por amor.

29 janeiro, 2008

Extremo

Porque aqui não tem meio termo!

Tudo que vive é mutável, mas sempre preserva sua natureza e principios, sem querer derrubar a integridade ou ludibriar os sentidos de outrém.
Quem aceita a impermanência tende a viver de forma profunda tudo o que aparece na sua vida.
Não quero ser radical, mas regressei em alguns aspectos e esqueci de meu principal forte, extremismo.
E assim seguirão os traços, como a profundidade de oceanos.

Existem sensações que não precisam ser vistas ou mostradas, simplesmente sentidas. E eu particularmente, sinto (in)verdades. Onde analiso os patamares possiveis e suas facetas insólitas.
Na atual conjectura, os círculos e ciclos são como JOGOS de tabuleiros, peças são aleatóriamente descartadas dentro dos limites, das falhas de outrém e das minhas necessidades e desconfianças.

Mergulho agora num mar calmo, onde partirei de certa forma, e permanecerei assim. Mas sempre com a certeza: de amar ou odiar [apesar de não odiar ninguém - então substituo com indiferentismo - do sim ou não; certo ou errado; bem ou mal; ser ou não ser; tudo ou nada!

28 janeiro, 2008

Fênix



A fênix é um pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. Outra característica da fénix é sua força que a faz transportar em vôo cargas muito pesadas.
O mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança e a continuidade da vida após a morte. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do Sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava. A impressão que a sua beleza e tristeza causavam em outros animais, chegava a provocar a morte deles.
Segundo a lenda, apenas uma fénix podia viver de cada vez.
Quando a ave sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fénix, que colocava piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava com eles à cidade egípicia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Sol. Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto.

24 janeiro, 2008

Doente, fraca e com frio.
São sensações que são impostas à fazer-me sentir viva. Ainda que existam outras, lanço-as para fora de mim agora.

07 janeiro, 2008

A persistência da memória




Este quadro tão pequeno é a mais conhecida das obras de Salvador Dali.
A flacidez dos relógios pendurados e escorrendo mostram uma preocupação humana, como: tempo e memória. E o próprio Dali se apresenta na forma de cabeça adormecida.
Quem o vê jamais o esquece.

Algumas obras do movimento surreal me fazem mergulhar num mar de idéias, sentidos e acabo por refletir que suas propriedades podem ter os mesmos aspectos da vida.

Tempo e memória podem ser tão essenciais quanto destrutivos.
A que ponto permitir que nos guiem?