Por incrivel que pareça o mundo virtual hoje é o único que acaba por trazer à tona a realidade das coisas; notícias daqueles que dividiram os brinquedos na infância, o lanche no recreio, os livros no ginásio, as músicas no fone de ouvido, o ônibus engarrafado, as conversas nas madrugadas. Notícias daqueles que hoje se tornam cada vez mais intangíveis.
Meus amigos estão graduando, casando, procriando (não necessariamente nesta ordem). E a cada dia que passa mais me convenço de que a mudança de comportamento se dá mais rápida do que a mudança da pele.
Cobramos o que muitas vezes não podemos oferecer, e todos aqueles saltos que davamos sem pensar, foram tragados pelo tempo, que se torna cada vez menor, junto com as prioridades.
O tic-tac não está mais disposto, e levou embora o que um dia existiu, e hoje, não passam de retratos, de relatos, de conversas jogadas fora, de promessas não cumpridas, do fôlego tomado conta do pulmão por tudo que deixou de ser. E que alguns - eu disse alguns - espaços que concedemos e que nos foram concedidos, um dia serão substítuidos.
Lembranças absurdamente impregnadas como perfume barato e música indesejada. Lembranças que a cabeça esquece sem querer, querendo, como cartas e encontros flamejados à fósforo, queimando os dedos antes de virar pó.
Hoje me calo com a felicidade sentada ao lado, pois eu tenho dificuldade de falar da sua presença. Porque não se divide o pão em 3 fatias. Ou é apenas não querer quebrar o coração de outrém?
Enfim, tudo chega ao fim. Ou melhor, a gente cresce, esquece e (des)aparece.
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