18 novembro, 2008

Fazer 25 anos...

...é como estar numa corda, do balançar entre a inocência e a vulgaridade; da serventia e a vaidade; do amadurecer e o apodrecer; da certeza e o cansaço.
É contar as vindas e idas, de quem arrancou de você o melhor e o pior. Levando embora, ou deixando marcas.
É pensar sobre sua carreira que ainda se encontra nos portos e ter que arranjar um jeito de caminhar como tantos, quando na verdade você só quer voar e lançar pra bem alto, tudo que conquistou até então.
É lembrar de colares adornados enquanto passava creme da mãe escondida no banheiro, e hoje já usar Renew no rosto e Chronos nas mãos.
É achar que algo no passado foi à pouco tempo, quando na verdade passaram-se mais tempo que as areias puderam contar.
É a transição dos 20 e poucos pros 20 e tantos.
(...)
Além de tudo isso, não é apenas fazer 25 anos, mas uma mulher, espetacularmente chegar aos 25 anos.
E ainda ouvir várias bobagens, de que uma mulher chegar aos 25 sem namorado, pode ficar encalhada.
Que mulher é essa que com isso ficaria encanada?
Sem dúvidas, uma mulher insegura, sem auto-suficiência e amor próprio.
Modestamente, não é assim que me encontro, pois chego aqui com amadurecimento, sem neuras sobre lendas urbanas e com um namorado, 5 anos mais novo.
Posso dizer que tudo na vida é uma faca de dois gumes, mas pra mim o que importa hoje é a pura essência do querer bem e me fazer bem, independente de primaveras a mais ou a menos. O que importa é sentir-se bem e maravilhar-se com as semelhanças; respeitar as individualidades e diferenças. Ou melhor, tudo certo, na medida exata do meu amor, na medida exata com que o tempo resolveu me presentear.

Quanto ao amor próprio, descobre-se sozinha. Mas é claro que é bem difícil conseguir esse amor, nesse mundo leviano que arrastamos por aí, fingindo que tudo esteja correto, e que não nos importamos com tudo que nos surra a face, entonando as linhas do rosto precocemente.

O tempo passa. Será que continuamos os mesmos no rosto, nos gostos...?
Quando chegamos até aqui, não há ninguém que possa ensinar sobre o amor, sobre a vida, sobre a dor.
E posso dizer que até então, estou no meu ápice das descobertas de imagens refletidas nesse espelho, do pouco pedaço de terra que conheço. Procurando ainda entender o mundo, insatisfeita com tantas rachaduras que ele apresenta, mas pronta pra mergulhar em novos ciclos, em novos vícios, em novas (inov)ações... Sem medo do tempo que gradativamente morre como cinzas entre os dedos.

Posso até me cansar em comparar as resenhas das primaveras passadas, e ver que nem tudo que esperei mudar, mudou. Mas hoje é satisfatório um pedaço meu chegar até aqui, sendo essa mulher (in)completa quem sou e ainda contar uma história - triste ou não - com tantos dedos e gatilhos apontados no caminho, com tantas dores e lembranças, mas ainda assim uma história; de quem enche os pulmões com esse ar imundo, tentando evitar o inevitável...
E apesar de tudo, sei encontrar uma flor nesse lodo. E se ajoelho pra colher a flor, sentindo dela o cheiro do orvalho evaporado, é porque muitos ainda fazem valer esse amanhecer; essa inevitabilidade toda que se encontra no evento da vida.
Por isso, agradeço a companhia nos invernos e primaveras. Agradeço as lembranças e o afeto, todas guardadas na caixa da memória.

Fazer 25 anos é lindo.
E ser adulta ainda não me privou de amar, de ter esperanças e acreditar no ser humano e no que esse evento louco e insano da vida tem a me proporcionar.

Um comentário:

Anônimo disse...

vc sempre pega momentos q parecem simples a primeira vista e os transforma em momentos cheios de magia e beleza, com sua unica visão dos mesmos ^^
feliz 25 \o/
=******