27 agosto, 2008

My boo

Apesar do orgulho muitas vezes não admitir a falta que sente, hoje ele se cala, e mesmo sem querer, deixa escapar uma ânsia há muito entalada na garganta, um grito dos pulmões inundados transbordando incertezas, perguntas sem resposta se chocando violentamente dentro da cabeça, dentro de cada célula, desfilando no fundo
dos olhares na promessa de uma conversa adiada.

Hoje tento substituir todas as sensações que pendem de um fio de seda por palavras e lembranças mais delicadas, mas ao meu lado está sempre a espera, que transforma os ponteiros em chumbo, que contamina o ar com o peso que o peito carrega.
Paraliso! Já não consigo deixar de pensar em todas as evidências de um crime não cometido, misturadas àquela saudade, de cada momento entalhado no 11º andar, sob um Sol poente, dos risos adocicados, das memórias materializadas, das lágrimas entre carros, do bater de portas e o ombro molhado, do virtual para o real, da dormência em um sonho.

E esperança pra muitos é vitalidade, pra outros não é uma condição necessária à felicidade. Mas nesse meu mundo imperfeito, hoje, pra mim, a esperança é o mal mais necessário. Na ânsia de que a razão vai cessar os murros que tem dado na emoção e no sentido da verdadeira essência de uma amizade.

Hoje, em especial, desejo mais do que o habitual, mais que felicitações evidentes - Desejo, volta!

Puxo uma cadeira, me sento olhando para a janela com aquele medo correndo por dentro, medo de que o telefone nunca mais irá tocar.
E hoje, uma lágrima corre solitária, sem lenços de papel oferecidos, ao som de notas que um dia foram cantadas:

"It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want
(...)
Please don't try, is so hard to say goodbye"

"But we shared a moment that will last till the end."


Feliz aniversário, Deusa, Heroína, Iluminada, Bela, minha.
E hoje eu já nem falo de saudade.

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