09 junho, 2008

É como deixar assistir minha necrópsia, enquanto ainda viva estiver. Pois não há prova maior de vida do que ver o contraste do vermelho no piso frio e sentir a ínsípida fluídez vertendo nas mãos.
Naquele instante nada mais importava, a não ser sentir a temperatura do seu interior esvair, a necessidade de sobreviver e a ansia em querer limpar a desordem.
Como se estivesse limpando as evidências do assassinato da perfeição.
Vendo a água escoar ralo abaixo, desejando que os problemas estivessem ali misturados, junto à visão turva e o formigamento no corpo.

"Você já viu alguém levar um tiro e não sangrar?" Mas o tiro não foi lançado e mesmo assim sangrou. Talvez foi certeiro na alma, o sangue se esvai e a dor agravou.

Perfeição.
Quisera ser perfeita por um instante. Mas esse desejo momentâneo e inalcançavél fosse apenas uma mentira brusca que surra a razão, escondida nas máscaras e nas vestes de alguém trivial.
Juntando o pensamento leviano e medíocre de tentar viver uma vida normal por 24 primaveras.
Mas sempre haverá um instante em que a realidade tenha de ser encarada ao invés de dissimulada. Sendo assim, é como tem de ser.
Como "cenouras invísiveis" esse assunto nem sempre é proferido, pois falta coragem, um pouco mais de confiança, e todos os aspectos necessários pra arrancar o coração com as mãos, e entrega-lo ainda pulsando, nos últimos suspiros. Acreditando que algum dia, ele esteja apto a compreender o poço de dores e travas que esta matéria sustenta.

Hoje, nem só de oxigênio e nutrientes o sangue é constituído, mas nele existe uma única e doce sensibilidade que alimenta o coração, doando razão pra pulsar ao despertar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ha muito q queria dizer e fazer para tentar aliviar a dor...
mas não ha nada q eu possa fazer e tudo oq eu disser sera redundante
mas, apesar de tudo, peço q vc não esqueça q ha um Deus q esta eternamente esperando que busquemos a Ele para q Ele possa agir em nossas vidas...
bjo e abraço