A pequena M. já se atraía pelo obscuro e por todas as coisas que lhe eram negadas, que colocavam como proibidas. E assim, nada lhe impediu que simulasse uma febre, pra ficar mais longe das frações e mais perto da quimíca, ou melhor, daquele termômetro, daquela ponta prateada, líquida e fria, que diziam que causava doenças pra distancia-la do perigo. E assim, na euforia, A pequena M. derrubou o termômetro do braço ao chão, ajoelhou-se pra juntar os cacos e esconder a sujeira, e então se deparou, com todas aquelas gotas esparramadas, que não se juntam com o resto do resto, e pasma, tomou coragem e tentou apalpar, cutucar, pegar com a palma da mão, dividir aquela fluidez fascinante, aquele líquido prateado, que mais pareciam bolas de metal, que jamais se misturariam com qualquer outra coisa que não fosse ele mesmo.
E então A pequena M. se deu conta, de aquilo já havia ultrapassado o nível da curiosidade e que aquela "anormalidade" só provou que deveria esconder o objeto quebrado por alguns dias numa gaveta, até ser descoberto pela mãe, que deu mais sermões pelas mentiras do que pelos riscos da toxicologia.
Não houve fadiga, nem dores de cabeça, muito menos hipertensão, mas toda essa atração pelo que apontam como Não, foi o bastante pra A pequena M. descobrir que nem tudo que reluz é ouro, mas enquanto for consistente, não será como os demais.
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