"Valorize aquilo que não pode ser verbalizado. Isso é ter consideração pelos que estão mortos. O tempo elucidará muita coisa. O que deve restar, restará, e o que não deve não permanecerá. O tempo resolve a maior parte das coisas. Você deve resolver o que o tempo não resolve"
"Tudo, um dia, deixará de existir. Todos nós vivemos em constante transformação. Um dia, quase tudo que existe ao nosso redor irá desaparecer com as nossas atitudes. Isso não tem jeito. Quando chegar a hora, irá sumir. Enquanto não chegar a hora, continuará existindo." - Haruki Murakami
Parte dos meus amigos conheci pela dor, e de uma maneira ou de outra, nos afastamos pelo amor, pelo tempo, pela distância ou pelo resto de consequências que a vida nos impõe; de papéis desempenhados que a sociedade capitalista tomou o direito de classificar, fazendo com que você se sinta diminuto, vazio, quando não se encaixa em nada, quando não cumpre as regras, ou não tenha um esboço num bloco amarelado.
Sinto-me conformada com os caminhos tomados, e sempre espero por mudanças. Mas é bem difícil admiti-las quando se ouve falar em rumos prematuros.
Hoje, me vejo distante de boa parte do que vivi, do que acreditava - quando apenas ouvia histórias - na perfeição das coisas, num diagrama, pronto pra ser conquistado.
Hoje, o antigo sonho se encontra fragmentado e embaralhado, mas ainda assim, consigo discernir a distancia e a realidade (im)perfeita das coisas e do que eu ainda devo manter, pra não morrer um pouco a cada dia.
Talvez, isso tudo seja apenas um lamento, dos corpos que se distanciaram, do fim que se aproxima, da inevitabilidade... Mais um ano que se encerra; mais um ciclo; mais uma janela que se fecha, interrompendo o vão que foi gasto com o tempo e com as consequências da palavra proferida ou das malas feitas no meio da madrugada.
Faço julgamento das últimas ações e consequências que me faz permanecer no mesmo lugar, tentando evitar ser tragada pelo tempo precocemente. E não há nada neste mundo que seja imutável, mas não há como não sentir-se inerte, quando sua lista de resoluções passadas não foram riscadas com tinta vermelha.
Poderia usar todo esse vômito para encerrar o ano e tentar basear-me em resoluções para o próximo, como uma muleta emocional, acreditando na renovação, em que as coisas serão mutáveis ou recuperadas. Mas sei que nem a metade do meu esboço seria concluido. E mesmo que tento privar-me da auto decepção, ainda assim, mesmo com todo esse atropelo de sentimentos em letras do que foi vivido, providencio minhas malas. O pouco do "eu" que me resta pra mudar, antes mesmo do ano acabar.
Mas, somente uma coisa eu tenho certeza para o próximo ano, meu coração permanecerá no mesmo lugar.
31 dezembro, 2008
27 dezembro, 2008
O céu também chorou
E ele partiu... Não de vez, mas de novo.
Uma despedida que deveria ser comemoração da nossa contagem, nesta cidade que chora comigo com a partida.
Pode parecer bobagem quando se carrega a certeza no peito, mas ainda assim, é difícil se encontrar (ou se perder?) nesta cidade que nos traçou, e não deixar escorrer em silêncio uma lágrima de saudade prematura.
"Morning lights don't scratch my eyes
Just let me wash up on the shore
I used to have the strangest dreams
But they don't come here anymore
My duvet's laid out like an outless with stains to mark the borderlines
Indentations in my pillow I hope won't fade with time
Smoke the roach left in the ashtray on which I choked the night before
Stuck my toes under a clothes like mountain ranges on the floor.
I pick my way through crusty dishes and their greasy chemistry
I washed two cups and the remember that you've left already.
I let you go so reluctantly and I can still hear your lazy symphony
And just when I found my calling, it's another mourning morning
The say the devil's in the detail
I'm gonna blow my eyes instead
I put my memories in a landscape where only reckless angels tray
I watch the fingerprints you left like a secret code upon my skin
And I remember when you told me a guilded crown won't make a king
I really want you to stay but I know you have to go
I really want you to stay but sometimes it doesn't show
I really want you to stay but I know you have to go
I really want you to stay let the conversation flow
I really want you to stay but I know you have to go
I really want you to stay but sometimes it doesn't show
I really want you to stay but I know you have to go, have to go again
I let you go so reluctantly and I can still hear your lazy symphony
And just when I found my calling, it's another mourning morning
I really want you to stay but I know you have to go... have to go again
Uma despedida que deveria ser comemoração da nossa contagem, nesta cidade que chora comigo com a partida.
Pode parecer bobagem quando se carrega a certeza no peito, mas ainda assim, é difícil se encontrar (ou se perder?) nesta cidade que nos traçou, e não deixar escorrer em silêncio uma lágrima de saudade prematura.
"Morning lights don't scratch my eyes
Just let me wash up on the shore
I used to have the strangest dreams
But they don't come here anymore
My duvet's laid out like an outless with stains to mark the borderlines
Indentations in my pillow I hope won't fade with time
Smoke the roach left in the ashtray on which I choked the night before
Stuck my toes under a clothes like mountain ranges on the floor.
I pick my way through crusty dishes and their greasy chemistry
I washed two cups and the remember that you've left already.
I let you go so reluctantly and I can still hear your lazy symphony
And just when I found my calling, it's another mourning morning
The say the devil's in the detail
I'm gonna blow my eyes instead
I put my memories in a landscape where only reckless angels tray
I watch the fingerprints you left like a secret code upon my skin
And I remember when you told me a guilded crown won't make a king
I really want you to stay but I know you have to go
I really want you to stay but sometimes it doesn't show
I really want you to stay but I know you have to go
I really want you to stay let the conversation flow
I really want you to stay but I know you have to go
I really want you to stay but sometimes it doesn't show
I really want you to stay but I know you have to go, have to go again
I let you go so reluctantly and I can still hear your lazy symphony
And just when I found my calling, it's another mourning morning
I really want you to stay but I know you have to go... have to go again
[Mourning Morning - Just Jack]
18 dezembro, 2008
Metade
No decorrer da vida nos deparamos com rostos e gostos. Mas em algum momento, no processo de crescimento e aprendizado, encontrei a metade que faltava pra completar minhas idéias, minhas motivações, meu senso criativo, meu suor, meus melhores e piores momentos, compartilhados em extremos que nos permitiram voar ou permanecer com os pés no chão.
É bem fácil falar da boca pra fora que somos amigos de alguém que sonha dos mesmos sonhos, da mesma carreira - futura profissão - mas é bem diferente quando a cumplicidade mostra a cara pra objeção das coisas tentar dar o tapa. E no decorrer dos 2 anos letivos da faculdade, descobri que a troca sempre foi equivalente quando se tratava dela, e mesmo com as circunstâncias e pedras lançadas em nossa direção, o sucesso sempre carregou o peso da sua palavra no fim de tudo. E é por isso que descobri que todas as estrelas brilham à sua maneira, mas que a estrela dela possui atributos e virtudes que a fazem brilhar muito mais.
Portanto, isso não é apenas uma homenagem pelo seu dia, mas um agradecimento pela maturidade que obtemos em 2 anos; pelos risos e gritos que nos ensinaram de que nada vem fácil, nada vem em vão, não há conquistas sem esforço, sem compreensão, cumplicidade e trabalho em conjunto.
Metade que completa minha criatividade,
Eu só tenho a desejar sucesso, porque o Design merece você!
É bem fácil falar da boca pra fora que somos amigos de alguém que sonha dos mesmos sonhos, da mesma carreira - futura profissão - mas é bem diferente quando a cumplicidade mostra a cara pra objeção das coisas tentar dar o tapa. E no decorrer dos 2 anos letivos da faculdade, descobri que a troca sempre foi equivalente quando se tratava dela, e mesmo com as circunstâncias e pedras lançadas em nossa direção, o sucesso sempre carregou o peso da sua palavra no fim de tudo. E é por isso que descobri que todas as estrelas brilham à sua maneira, mas que a estrela dela possui atributos e virtudes que a fazem brilhar muito mais.
Portanto, isso não é apenas uma homenagem pelo seu dia, mas um agradecimento pela maturidade que obtemos em 2 anos; pelos risos e gritos que nos ensinaram de que nada vem fácil, nada vem em vão, não há conquistas sem esforço, sem compreensão, cumplicidade e trabalho em conjunto.
Metade que completa minha criatividade,
Eu só tenho a desejar sucesso, porque o Design merece você!
16 dezembro, 2008
A Fórmula do Amor
Em algum momento da vida procuramos a fórmula do amor, ou a perfeição que nos fizeram acreditar existir numa relação, quando na verdade, sabemos que ela só é perfeita a medida que nos adaptamos à realidade (im)perfeita das coisas.
Hoje meus pais fazem 30 anos de casados. Perguntei à eles sobre a fórmula do amor, e eles nem souberam ao certo responder. Pra falar a verdade, meu pai nem se lembrava da data ou de quanto tempo eles estavam juntos, se pondo a contar os fatos nos dedos.
Me pergunto se os casais mais antigos já nem se importam mais com isso e já se adaptaram aos tempos, ou se hoje, deliberamos demais sobre sexo, para não nos aprofundarmos demais no amor ou no sofrimento que ele já nos trouxe, pelo excesso de um amor visceral ou pela falta em um amor unilateral.
Indecifrável amor!
Love Potion - Á venda na farmácia mais próxima.
Tantas canções, tantas poesias falam sobre ele.
O quanto ansiamos por ele, e quando encontramos algo que se possa defini-lo “ideal”, por assim dizer, muitas vezes fodemos com tudo, pensando, insatisfeitos, nas coisas do que ainda não se sabe, nos crimes (não) cometidos.
É claro que muitas histórias encerram-se ciclos quando não há mais caminhos a serem percorridos lado a lado, mas vejo que hoje muitos precisam de pouco pra desistir, e que existe um grande paradoxo quando se procura e se vive uma relação.
Já não sei mais se exista um ensaio sobre a relação boa e estável, pois nem sempre estamos prontos pra encarar, pois sempre esperamos o pior de tudo, acostumados demais com o sofrimento e um sentimento que nos seja negado, vendo malas sendo feitas prematuramente, sem ao menos esperar pela manhã seguinte.
"Eu tenho o gesto exato, sei como devo andar. Aprendi nos filmes pra um dia usar.
Um certo ar cruel de quem sabe o que quer. Tenho tudo planejado pra te impressionar.
Luz de fim de tarde, meu rosto encontra luz. Não posso compreender, não faz nenhum efeito.
A minha aparição será que errei na mão. As coisas são mais fáceis na televisão.
Mantenho o passo alguém me vê, nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe, onde foi que eu errei
Ainda encontro a fórmula do amor" - [Leoni e Léo Jaime]
Ou talvez devemos nos manter pessimistas aos modos tradicionais e ser assim tão práticos:
"Ninguém encontra uma alma gêmea. Na vida tudo que você arranja, se tiver sorte, é um parceiro. Apenas um parceiro. Alguém com quem você fode e vai ao cinema. Fode, e dai você vai ver outro filme. Fode, vai num show de comédia. Fode, vai pra casa da sua avó. Fode, vai pra casa da sua mãe. Fode, vai ver outro filme. E em algum momento, entre as fodas e filmes ele diz: "Quer ir comer alguma coisa?" E é só isso que as relações são, nada de tão complicado. É só foder e comer. Se não gosta de foder com alguém e não gosta de comer com ela, não precisam ficar juntos." - [Chris Rock]
Qualquer que seja a relação que decidimos preservar, sabemos que na verdade - e estamos cansados de saber - não existe uma fórmula exata pro amor. Mas eu acredito na divisão das coisas, para que elas possam caminhar da maneira que devem ser, no seu estado, no seu presente e sobretudo, o que você conquistou até então, direi que o amor, apesar de possuir seus paradoxos - já que estabelece o vinculo da união - é importante que a liberdade - autonomia e individualidade de cada um – esteja presente nessa relação que esta cidade, este lugar, este encontro, colocou à sua frente. E não, ninguém obriga ninguém a iniciar uma história, e ela só se encerra com 50% da"culpa" de cada um.
É, eu sei, parece fácil falar, ou escrever. Em teoria é tudo muito fácil, mas na prática é preciso um pouco de cautela e auto-controle com os maus hábitos de relações passadas ou que nos fizeram acreditar ser perfeitamente boa enquanto durar.
Porque não fazer durar?
Apesar de parecer difícil, a experiência é o que nos educa, e o que nos faz parar de sermos bebês chorões, adolescentes indecisos, adultos idiotas.
As pequenas coisas começam a fazer mais sentido do que o conto de fadas. E a doçura de uma relação não é apenas buquês ou adornos de promessas, mas silenciosamente observar através de um corredor, o espalhar de um corpo no puff da sala, com sorriso estampado ao ver alguma bobagem na TV ou o profundo adormecer numa manhã de domingo. E que essas doçuras não estão presentes apenas nas conquistas e no inicio de tudo, mas no cotidiano que faz parte de uma parcela dos dias que nos seguram aqui.
Hoje meus pais fazem 30 anos de casados. Perguntei à eles sobre a fórmula do amor, e eles nem souberam ao certo responder. Pra falar a verdade, meu pai nem se lembrava da data ou de quanto tempo eles estavam juntos, se pondo a contar os fatos nos dedos.
Me pergunto se os casais mais antigos já nem se importam mais com isso e já se adaptaram aos tempos, ou se hoje, deliberamos demais sobre sexo, para não nos aprofundarmos demais no amor ou no sofrimento que ele já nos trouxe, pelo excesso de um amor visceral ou pela falta em um amor unilateral.
Indecifrável amor!
Love Potion - Á venda na farmácia mais próxima.
Tantas canções, tantas poesias falam sobre ele.
O quanto ansiamos por ele, e quando encontramos algo que se possa defini-lo “ideal”, por assim dizer, muitas vezes fodemos com tudo, pensando, insatisfeitos, nas coisas do que ainda não se sabe, nos crimes (não) cometidos.
É claro que muitas histórias encerram-se ciclos quando não há mais caminhos a serem percorridos lado a lado, mas vejo que hoje muitos precisam de pouco pra desistir, e que existe um grande paradoxo quando se procura e se vive uma relação.
Já não sei mais se exista um ensaio sobre a relação boa e estável, pois nem sempre estamos prontos pra encarar, pois sempre esperamos o pior de tudo, acostumados demais com o sofrimento e um sentimento que nos seja negado, vendo malas sendo feitas prematuramente, sem ao menos esperar pela manhã seguinte.
"Eu tenho o gesto exato, sei como devo andar. Aprendi nos filmes pra um dia usar.
Um certo ar cruel de quem sabe o que quer. Tenho tudo planejado pra te impressionar.
Luz de fim de tarde, meu rosto encontra luz. Não posso compreender, não faz nenhum efeito.
A minha aparição será que errei na mão. As coisas são mais fáceis na televisão.
Mantenho o passo alguém me vê, nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe, onde foi que eu errei
Ainda encontro a fórmula do amor" - [Leoni e Léo Jaime]
Ou talvez devemos nos manter pessimistas aos modos tradicionais e ser assim tão práticos:
"Ninguém encontra uma alma gêmea. Na vida tudo que você arranja, se tiver sorte, é um parceiro. Apenas um parceiro. Alguém com quem você fode e vai ao cinema. Fode, e dai você vai ver outro filme. Fode, vai num show de comédia. Fode, vai pra casa da sua avó. Fode, vai pra casa da sua mãe. Fode, vai ver outro filme. E em algum momento, entre as fodas e filmes ele diz: "Quer ir comer alguma coisa?" E é só isso que as relações são, nada de tão complicado. É só foder e comer. Se não gosta de foder com alguém e não gosta de comer com ela, não precisam ficar juntos." - [Chris Rock]
Qualquer que seja a relação que decidimos preservar, sabemos que na verdade - e estamos cansados de saber - não existe uma fórmula exata pro amor. Mas eu acredito na divisão das coisas, para que elas possam caminhar da maneira que devem ser, no seu estado, no seu presente e sobretudo, o que você conquistou até então, direi que o amor, apesar de possuir seus paradoxos - já que estabelece o vinculo da união - é importante que a liberdade - autonomia e individualidade de cada um – esteja presente nessa relação que esta cidade, este lugar, este encontro, colocou à sua frente. E não, ninguém obriga ninguém a iniciar uma história, e ela só se encerra com 50% da"culpa" de cada um.
É, eu sei, parece fácil falar, ou escrever. Em teoria é tudo muito fácil, mas na prática é preciso um pouco de cautela e auto-controle com os maus hábitos de relações passadas ou que nos fizeram acreditar ser perfeitamente boa enquanto durar.
Porque não fazer durar?
Apesar de parecer difícil, a experiência é o que nos educa, e o que nos faz parar de sermos bebês chorões, adolescentes indecisos, adultos idiotas.
As pequenas coisas começam a fazer mais sentido do que o conto de fadas. E a doçura de uma relação não é apenas buquês ou adornos de promessas, mas silenciosamente observar através de um corredor, o espalhar de um corpo no puff da sala, com sorriso estampado ao ver alguma bobagem na TV ou o profundo adormecer numa manhã de domingo. E que essas doçuras não estão presentes apenas nas conquistas e no inicio de tudo, mas no cotidiano que faz parte de uma parcela dos dias que nos seguram aqui.
10 dezembro, 2008
Design #5
E chega o fim.
É claro, não "o" fim, mas enfim, fim do ano letivo de 2008. Pausa para um descanso, das obrigações em uma Universidade, dos projetos, mas nunca pausa para os pensamentos, idéias e ideais, pois a minha cabeça está sempre no Design.
Essa sensação toda não é única, pois quando se tem mais 2 anos pela frente, as férias pode não parecer algo que venha remediar muitas coisas, mas não deixa de proporcionar aquele alívio, aquele fulgor enquanto cruza os corredores em direção à porta de saída, de que nada foi em vão, que valeu a pena as noites em claro; a caixa de emails lotada de discussões; a corrida contra o tempo pra chegar na gráfica antes da fila virar o balcão; os cortes nos dedos com uma mísera folha de sulfite e a mesa da cozinha arranhada por estilete; as manchas de spray espalhadas pelo quintal da casa; as pilhas de apostilas sobre ergonomia, estética e semiótica pra ler [...] Colar, pintar, desenhar, pesquisar, criar, inovar, solucionar, planejar, projetar... Ufa!
Por ora, não quero e nem tenho muito o que pensar sobre a minha Universidade, o rumo em que as coisas irão tomar dentro de 10 dias. Só quero ter aquela sensação de desprendimento das coisas que me fizeram perder a cabeça no último semestre.
Aproveitar o que essa cidade tem de melhor pra proporcionar, mesmo sabendo que depois de uma semana eu já estarei entediada
Resoluções improváveis, préviamente furadas, para o próximo ano letivo:
- Comprar e LER livros da área;
- Não chegar tão atrasada nas aulas;
- Não tentar gerenciar todos os projetos;
- Não deixar as coisas pra última hora (Há);
- Não estudar só no dia da prova;
- Não discutir com gente incompetente;
- Não ir à exposições e museus só no final do ano, como atividade complementar, só porque tenho carga horária à cumprir;
- Ser mais produtiva durante o dia;
- Ler mais;
- Pensar mais e projetar também.
Chega! Tô de férias!
É claro, não "o" fim, mas enfim, fim do ano letivo de 2008. Pausa para um descanso, das obrigações em uma Universidade, dos projetos, mas nunca pausa para os pensamentos, idéias e ideais, pois a minha cabeça está sempre no Design.
Essa sensação toda não é única, pois quando se tem mais 2 anos pela frente, as férias pode não parecer algo que venha remediar muitas coisas, mas não deixa de proporcionar aquele alívio, aquele fulgor enquanto cruza os corredores em direção à porta de saída, de que nada foi em vão, que valeu a pena as noites em claro; a caixa de emails lotada de discussões; a corrida contra o tempo pra chegar na gráfica antes da fila virar o balcão; os cortes nos dedos com uma mísera folha de sulfite e a mesa da cozinha arranhada por estilete; as manchas de spray espalhadas pelo quintal da casa; as pilhas de apostilas sobre ergonomia, estética e semiótica pra ler [...] Colar, pintar, desenhar, pesquisar, criar, inovar, solucionar, planejar, projetar... Ufa!
Por ora, não quero e nem tenho muito o que pensar sobre a minha Universidade, o rumo em que as coisas irão tomar dentro de 10 dias. Só quero ter aquela sensação de desprendimento das coisas que me fizeram perder a cabeça no último semestre.
Aproveitar o que essa cidade tem de melhor pra proporcionar, mesmo sabendo que depois de uma semana eu já estarei entediada
Resoluções improváveis, préviamente furadas, para o próximo ano letivo:
- Comprar e LER livros da área;
- Não chegar tão atrasada nas aulas;
- Não tentar gerenciar todos os projetos;
- Não deixar as coisas pra última hora (Há);
- Não estudar só no dia da prova;
- Não discutir com gente incompetente;
- Não ir à exposições e museus só no final do ano, como atividade complementar, só porque tenho carga horária à cumprir;
- Ser mais produtiva durante o dia;
- Ler mais;
- Pensar mais e projetar também.
Chega! Tô de férias!
09 dezembro, 2008
Design #4
“Criatividade não significa improvisação sem método.” - Bruno Munari
"Pense mais, projete menos." - Ellen Lupton
Pra todo projeto é necessário um método. E pra ambos é necessário pensar, pensar muito.
É possível alguém gastar uma cota de pensamento, idéias, criatividade em um único semestre?
Se isso existisse, apesar de parecer, a quantidade gasta até então é ínfima comparada à quantidade de coisas que estão por vir.
Se hoje me assusto com a quantidade de pensamentos e idéias que surgem, até quando não preciso delas, amanhã me assustarei com a quantidade de suor que irá verter com os projetos que me aguardam nos próximos anos.
Tem hora que acordo em oposição à tudo, às minhas escolhas e afeições, com o cansaço de ter que inovar toda vez que tiver que projetar algo. Mas não consigo ver suor vertendo por outra coisa, a não ser pelo Design.
"Pense mais, projete menos." - Ellen Lupton
Pra todo projeto é necessário um método. E pra ambos é necessário pensar, pensar muito.
É possível alguém gastar uma cota de pensamento, idéias, criatividade em um único semestre?
Se isso existisse, apesar de parecer, a quantidade gasta até então é ínfima comparada à quantidade de coisas que estão por vir.
Se hoje me assusto com a quantidade de pensamentos e idéias que surgem, até quando não preciso delas, amanhã me assustarei com a quantidade de suor que irá verter com os projetos que me aguardam nos próximos anos.
Tem hora que acordo em oposição à tudo, às minhas escolhas e afeições, com o cansaço de ter que inovar toda vez que tiver que projetar algo. Mas não consigo ver suor vertendo por outra coisa, a não ser pelo Design.
29 novembro, 2008
Design #3
"Quando não se sabe escrever é comodo dizer que a caneta não presta."
O mesmo vale para falta de postura, comunicação, proatividade em um grupo. Quando existem essas falhas num profissional, ou no caso, um pseudo futuro profissional, é comodo apontar o dedo para os outros depois que um projeto está pronto.
Gerenciar não é operação de uma ou duas pessoas, mas uma divisão de tarefas dentro de cada perfil, uma colaboração de todos os envolvidos. E quem não sabe se adaptar em qualquer relação que exige comunicação e responsabilidade, pode tirar o seu da reta, porque gerenciar e projetar exige tudo isso.
Sei que conflitos existem, desde que eles sejam compreendidos durante o processo e não depois que finalizamos.
Pessoas com essas falhas, quem sabe um dia, com muito tapa, cresce, ou tem mais é que se foder mesmo!
E ainda temos que "competir" com micreiros, semelhantes à macacos aparentemente mudos que pulam de galho em galho, quando na verdade estão praguejando por detrás.
O mesmo vale para falta de postura, comunicação, proatividade em um grupo. Quando existem essas falhas num profissional, ou no caso, um pseudo futuro profissional, é comodo apontar o dedo para os outros depois que um projeto está pronto.
Gerenciar não é operação de uma ou duas pessoas, mas uma divisão de tarefas dentro de cada perfil, uma colaboração de todos os envolvidos. E quem não sabe se adaptar em qualquer relação que exige comunicação e responsabilidade, pode tirar o seu da reta, porque gerenciar e projetar exige tudo isso.
Sei que conflitos existem, desde que eles sejam compreendidos durante o processo e não depois que finalizamos.
Pessoas com essas falhas, quem sabe um dia, com muito tapa, cresce, ou tem mais é que se foder mesmo!
E ainda temos que "competir" com micreiros, semelhantes à macacos aparentemente mudos que pulam de galho em galho, quando na verdade estão praguejando por detrás.
25 novembro, 2008
Reações Previsíveis
A convivência é algo que nos ensina a captar as reações alheias.
É claro que muitas vezes o orgulho mascara muitas delas, mas quando falamos da intimidade, ou do conhecimento da personalidade pelo tempo que a convivência toma conta, as reações são realmente previsiveis. Como na inveja sobre a competitividade. Isso é algo que muitos não conseguem esconder, evidênciando no tom da voz, em objetos lançados em movimentos bruscos e até numa nova forma, ríspida e intragável, de te tratar e lançar um olhar. O reconhecimento é sempre almejado nesses casos. E quando se reconhece o ofício alheio, com sentimentos corrosivos, custando olhar pra dentro e ver o que há de errado, sempre existirá criticas desconstrutivas, continuando com reações tão previsiveis quanto a excelência do trabalho alheio.
Ou então, a previsibilidade está na mudança do status de relacionamento, que toma todo o tempo e autonomia de alguém. É quando as pessoas não sabem mais tomar decisões, pois vivem em função da agenda ou vontade do parceiro. Sem contar que se caso essa relação acabe, a culpa vai ser do outro, claro.
Posso citar também as reações, ou melhor, as reclamações de quem tem menos idade que deveria pra se queixar tanto, de coisas sem sentidos, contraditórias.
Não preciso mais de uma bola de cristal.
A medida que o tempo passa, a previsão se torna mais presente nas reações, do que as pessoas no cotidiano, ou em um evento que acontece uma vez ao ano, como um aniversário.
É claro que muitas vezes o orgulho mascara muitas delas, mas quando falamos da intimidade, ou do conhecimento da personalidade pelo tempo que a convivência toma conta, as reações são realmente previsiveis. Como na inveja sobre a competitividade. Isso é algo que muitos não conseguem esconder, evidênciando no tom da voz, em objetos lançados em movimentos bruscos e até numa nova forma, ríspida e intragável, de te tratar e lançar um olhar. O reconhecimento é sempre almejado nesses casos. E quando se reconhece o ofício alheio, com sentimentos corrosivos, custando olhar pra dentro e ver o que há de errado, sempre existirá criticas desconstrutivas, continuando com reações tão previsiveis quanto a excelência do trabalho alheio.
Ou então, a previsibilidade está na mudança do status de relacionamento, que toma todo o tempo e autonomia de alguém. É quando as pessoas não sabem mais tomar decisões, pois vivem em função da agenda ou vontade do parceiro. Sem contar que se caso essa relação acabe, a culpa vai ser do outro, claro.
Posso citar também as reações, ou melhor, as reclamações de quem tem menos idade que deveria pra se queixar tanto, de coisas sem sentidos, contraditórias.
Não preciso mais de uma bola de cristal.
A medida que o tempo passa, a previsão se torna mais presente nas reações, do que as pessoas no cotidiano, ou em um evento que acontece uma vez ao ano, como um aniversário.
18 novembro, 2008
Fazer 25 anos...
...é como estar numa corda, do balançar entre a inocência e a vulgaridade; da serventia e a vaidade; do amadurecer e o apodrecer; da certeza e o cansaço.
É contar as vindas e idas, de quem arrancou de você o melhor e o pior. Levando embora, ou deixando marcas.
É pensar sobre sua carreira que ainda se encontra nos portos e ter que arranjar um jeito de caminhar como tantos, quando na verdade você só quer voar e lançar pra bem alto, tudo que conquistou até então.
É lembrar de colares adornados enquanto passava creme da mãe escondida no banheiro, e hoje já usar Renew no rosto e Chronos nas mãos.
É achar que algo no passado foi à pouco tempo, quando na verdade passaram-se mais tempo que as areias puderam contar.
É a transição dos 20 e poucos pros 20 e tantos.
(...)
Além de tudo isso, não é apenas fazer 25 anos, mas uma mulher, espetacularmente chegar aos 25 anos.
E ainda ouvir várias bobagens, de que uma mulher chegar aos 25 sem namorado, pode ficar encalhada.
Que mulher é essa que com isso ficaria encanada?
Sem dúvidas, uma mulher insegura, sem auto-suficiência e amor próprio.
Modestamente, não é assim que me encontro, pois chego aqui com amadurecimento, sem neuras sobre lendas urbanas e com um namorado, 5 anos mais novo.
Posso dizer que tudo na vida é uma faca de dois gumes, mas pra mim o que importa hoje é a pura essência do querer bem e me fazer bem, independente de primaveras a mais ou a menos. O que importa é sentir-se bem e maravilhar-se com as semelhanças; respeitar as individualidades e diferenças. Ou melhor, tudo certo, na medida exata do meu amor, na medida exata com que o tempo resolveu me presentear.
Quanto ao amor próprio, descobre-se sozinha. Mas é claro que é bem difícil conseguir esse amor, nesse mundo leviano que arrastamos por aí, fingindo que tudo esteja correto, e que não nos importamos com tudo que nos surra a face, entonando as linhas do rosto precocemente.
O tempo passa. Será que continuamos os mesmos no rosto, nos gostos...?
Quando chegamos até aqui, não há ninguém que possa ensinar sobre o amor, sobre a vida, sobre a dor.
E posso dizer que até então, estou no meu ápice das descobertas de imagens refletidas nesse espelho, do pouco pedaço de terra que conheço. Procurando ainda entender o mundo, insatisfeita com tantas rachaduras que ele apresenta, mas pronta pra mergulhar em novos ciclos, em novos vícios, em novas (inov)ações... Sem medo do tempo que gradativamente morre como cinzas entre os dedos.
Posso até me cansar em comparar as resenhas das primaveras passadas, e ver que nem tudo que esperei mudar, mudou. Mas hoje é satisfatório um pedaço meu chegar até aqui, sendo essa mulher (in)completa quem sou e ainda contar uma história - triste ou não - com tantos dedos e gatilhos apontados no caminho, com tantas dores e lembranças, mas ainda assim uma história; de quem enche os pulmões com esse ar imundo, tentando evitar o inevitável...
E apesar de tudo, sei encontrar uma flor nesse lodo. E se ajoelho pra colher a flor, sentindo dela o cheiro do orvalho evaporado, é porque muitos ainda fazem valer esse amanhecer; essa inevitabilidade toda que se encontra no evento da vida.
Por isso, agradeço a companhia nos invernos e primaveras. Agradeço as lembranças e o afeto, todas guardadas na caixa da memória.
Fazer 25 anos é lindo.
E ser adulta ainda não me privou de amar, de ter esperanças e acreditar no ser humano e no que esse evento louco e insano da vida tem a me proporcionar.
É contar as vindas e idas, de quem arrancou de você o melhor e o pior. Levando embora, ou deixando marcas.
É pensar sobre sua carreira que ainda se encontra nos portos e ter que arranjar um jeito de caminhar como tantos, quando na verdade você só quer voar e lançar pra bem alto, tudo que conquistou até então.
É lembrar de colares adornados enquanto passava creme da mãe escondida no banheiro, e hoje já usar Renew no rosto e Chronos nas mãos.
É achar que algo no passado foi à pouco tempo, quando na verdade passaram-se mais tempo que as areias puderam contar.
É a transição dos 20 e poucos pros 20 e tantos.
(...)
Além de tudo isso, não é apenas fazer 25 anos, mas uma mulher, espetacularmente chegar aos 25 anos.
E ainda ouvir várias bobagens, de que uma mulher chegar aos 25 sem namorado, pode ficar encalhada.
Que mulher é essa que com isso ficaria encanada?
Sem dúvidas, uma mulher insegura, sem auto-suficiência e amor próprio.
Modestamente, não é assim que me encontro, pois chego aqui com amadurecimento, sem neuras sobre lendas urbanas e com um namorado, 5 anos mais novo.
Posso dizer que tudo na vida é uma faca de dois gumes, mas pra mim o que importa hoje é a pura essência do querer bem e me fazer bem, independente de primaveras a mais ou a menos. O que importa é sentir-se bem e maravilhar-se com as semelhanças; respeitar as individualidades e diferenças. Ou melhor, tudo certo, na medida exata do meu amor, na medida exata com que o tempo resolveu me presentear.
Quanto ao amor próprio, descobre-se sozinha. Mas é claro que é bem difícil conseguir esse amor, nesse mundo leviano que arrastamos por aí, fingindo que tudo esteja correto, e que não nos importamos com tudo que nos surra a face, entonando as linhas do rosto precocemente.
O tempo passa. Será que continuamos os mesmos no rosto, nos gostos...?
Quando chegamos até aqui, não há ninguém que possa ensinar sobre o amor, sobre a vida, sobre a dor.
E posso dizer que até então, estou no meu ápice das descobertas de imagens refletidas nesse espelho, do pouco pedaço de terra que conheço. Procurando ainda entender o mundo, insatisfeita com tantas rachaduras que ele apresenta, mas pronta pra mergulhar em novos ciclos, em novos vícios, em novas (inov)ações... Sem medo do tempo que gradativamente morre como cinzas entre os dedos.
Posso até me cansar em comparar as resenhas das primaveras passadas, e ver que nem tudo que esperei mudar, mudou. Mas hoje é satisfatório um pedaço meu chegar até aqui, sendo essa mulher (in)completa quem sou e ainda contar uma história - triste ou não - com tantos dedos e gatilhos apontados no caminho, com tantas dores e lembranças, mas ainda assim uma história; de quem enche os pulmões com esse ar imundo, tentando evitar o inevitável...
E apesar de tudo, sei encontrar uma flor nesse lodo. E se ajoelho pra colher a flor, sentindo dela o cheiro do orvalho evaporado, é porque muitos ainda fazem valer esse amanhecer; essa inevitabilidade toda que se encontra no evento da vida.
Por isso, agradeço a companhia nos invernos e primaveras. Agradeço as lembranças e o afeto, todas guardadas na caixa da memória.
Fazer 25 anos é lindo.
E ser adulta ainda não me privou de amar, de ter esperanças e acreditar no ser humano e no que esse evento louco e insano da vida tem a me proporcionar.
17 novembro, 2008
Love of my life - Dave Matthews Band feat. Santana
Where you are, thats where I wanna be
Through your eyes are all the things I wanna see
In the night you are my dream, youre everything to me
Youre the love of my life and the breath in my prayers
Take my hand and lead me there
What I need is you here
I cant forget the taste of your mouth
From your lips all the heavens pour out
I cant forget when we are one
With you alone I am free
Everyday, every night, you alone are the love of my life
We go dancing in the moonlight
With the starlight in your eyes
We go dancing till the sunrise
You and me, we're gonna dance, dance, dance
14 novembro, 2008
Carrie saves days
"Mais tarde, fiquei pensando em relações tensas. Quero dizer, na conexão da relação, com o passado, futuro e presente.
Todos tivemos relações que estão longe de serem perfeitas. Mas essa relação passada afeta nosso sonho de um futuro perfeito?
Enquanto ficava mais tensa, não pude deixar de pensar...
É possível chegar ao futuro, se seu passado está presente?"
Frase pertinente de Carrie Bradshaw no 3° cap da Season 6 em Sex and the city.
Ás vezes acho que só ela me entende. Mas é claro que toda mulher, ao menos uma vez, já se identificou com as situações e questões pertinentes de Carrie ao longo da série. E é um alívio saber que ao menos uma vez, independente de estar em São Paulo ou New York, as mulheres são iguais, como na cor do batom, no estômago doendo de risos numa tarde com as amigas, na imagem refletida rapidamente e secretamente em qualquer espelho, em alguma mania trancada no banheiro... E um pouco de neura, na casa, na chuva, na fazenda e na relação...
Ah! Mulheres viu!
Só precisamos de um pouco de carinho; da certeza, mesmo que aquilo não seja durável; de uma blusa nova pra deixar mais bela até o fim da noite; Prímoris 15 dias antes da tpm, e claro uma sessão com Carrie Bradshaw.
Ela sempre salva o dia. Mas isso não muda muita coisa, quando na verdade, você só precisa olhar um pouco mais pra dentro e de uma conversa sincera. Só pra dar aquela certeza de que está tudo bem. E de que seu presente é perfeito da maneira que te presentearam.
Todos tivemos relações que estão longe de serem perfeitas. Mas essa relação passada afeta nosso sonho de um futuro perfeito?
Enquanto ficava mais tensa, não pude deixar de pensar...
É possível chegar ao futuro, se seu passado está presente?"
Frase pertinente de Carrie Bradshaw no 3° cap da Season 6 em Sex and the city.
Ás vezes acho que só ela me entende. Mas é claro que toda mulher, ao menos uma vez, já se identificou com as situações e questões pertinentes de Carrie ao longo da série. E é um alívio saber que ao menos uma vez, independente de estar em São Paulo ou New York, as mulheres são iguais, como na cor do batom, no estômago doendo de risos numa tarde com as amigas, na imagem refletida rapidamente e secretamente em qualquer espelho, em alguma mania trancada no banheiro... E um pouco de neura, na casa, na chuva, na fazenda e na relação...
Ah! Mulheres viu!
Só precisamos de um pouco de carinho; da certeza, mesmo que aquilo não seja durável; de uma blusa nova pra deixar mais bela até o fim da noite; Prímoris 15 dias antes da tpm, e claro uma sessão com Carrie Bradshaw.
Ela sempre salva o dia. Mas isso não muda muita coisa, quando na verdade, você só precisa olhar um pouco mais pra dentro e de uma conversa sincera. Só pra dar aquela certeza de que está tudo bem. E de que seu presente é perfeito da maneira que te presentearam.
13 novembro, 2008
Design #2
Chegar da faculdade depois de um dia corrido tira um pouco do seu apetite, mas quando se tem muito trabalho pela madrugada é sempre bom recorrer à coisas rápidas pra enganar o estômago
23:30 - Resolvi fazer aquelas sopas de caneca. Só esquentar uns 200ml de água.
Como alguns sabem, gosto de cozinhar. Sou bem organizada e prática na cozinha. Mas quando se trata da falta de tempo + madrugada, não dá pra elaborar um prato muito requintado ou calórico.
23:35 - Tomei coragem e comecei a trabalhar no desenho técnico de um projeto de mobiliário urbano - protetor de árvore - da faculdade. Um projeto consideravelmente de médio porte, que é uma das notas finais do semestre. E além de cansativo e chato, o projeto está atrasado. E quando eu começo a consertar as minuciosidades vetoriais, eu esqueço do resto do mundo. Cálculos, cotas, estruturas metódicamente encaixadas, travas, enfim, tudo aquilo que um estudante pode suar pra uma metodologia de projeto de produto bem resolvida, com uma menor margem de erros no processo.
00:15 - Ouço uns estalos vindo da cozinha. A príncipio achei estranho e confesso que bateu até um medo.
00:20 - Sinto um cheiro contaminando o quarto. Algo característico à plástico queimado.
PLÁSTICO QUEIMADO?
Uma impulsão me fez subir as escadas cegamente, enquanto imaginava a cozinha pegando fogo.
A água já havia secado a vários minutos atras e o odor do cabo queimado já havia contaminado os corredores, sala e cozinha.
Não precisa nem dizer que perdi a fome. E ao menos, foram 200ml de água evaporada em minutos, uma chaleira passado do ponto de ebulição, seu cabo quente e fedendo pela casa, e um projeto que continua atrasado.
Depois ainda me contestam quando eu digo que assim que eu pegar meu diploma de bacharel em Design, já me encontrarei num estado agudo de esquizôfrenia. rs
23:30 - Resolvi fazer aquelas sopas de caneca. Só esquentar uns 200ml de água.
Como alguns sabem, gosto de cozinhar. Sou bem organizada e prática na cozinha. Mas quando se trata da falta de tempo + madrugada, não dá pra elaborar um prato muito requintado ou calórico.
23:35 - Tomei coragem e comecei a trabalhar no desenho técnico de um projeto de mobiliário urbano - protetor de árvore - da faculdade. Um projeto consideravelmente de médio porte, que é uma das notas finais do semestre. E além de cansativo e chato, o projeto está atrasado. E quando eu começo a consertar as minuciosidades vetoriais, eu esqueço do resto do mundo. Cálculos, cotas, estruturas metódicamente encaixadas, travas, enfim, tudo aquilo que um estudante pode suar pra uma metodologia de projeto de produto bem resolvida, com uma menor margem de erros no processo.
00:15 - Ouço uns estalos vindo da cozinha. A príncipio achei estranho e confesso que bateu até um medo.
00:20 - Sinto um cheiro contaminando o quarto. Algo característico à plástico queimado.
PLÁSTICO QUEIMADO?
Uma impulsão me fez subir as escadas cegamente, enquanto imaginava a cozinha pegando fogo.
A água já havia secado a vários minutos atras e o odor do cabo queimado já havia contaminado os corredores, sala e cozinha.
Não precisa nem dizer que perdi a fome. E ao menos, foram 200ml de água evaporada em minutos, uma chaleira passado do ponto de ebulição, seu cabo quente e fedendo pela casa, e um projeto que continua atrasado.
Depois ainda me contestam quando eu digo que assim que eu pegar meu diploma de bacharel em Design, já me encontrarei num estado agudo de esquizôfrenia. rs
05 novembro, 2008
Design
Hoje é dia do Designer!
by may
E uma semana importante pros estudantes e profissionais da área.
Na segunda-feira (03/11) deu inicio à Semana do Design, dentro e fora das universidades. Começando pelo evento Viver Design SP http://www.viverdesignsp.com.br
Não só palestras e seminários, mas pode-se conferir parte do projeto exposto em galerias de arte, museus, e até nas estações de metrô.
Um pedacinho espalhado pela cidade, e aos poucos, a integração e importancia do termo e do sentido Design agindo sobre a população.
by may
Se trabalharmos pensando não apenas na comunicação de uma forma original, mas também saber integrar a sustentabilidade, seremos os profissionais do futuro.
Não basta projetar algo inovador à medida das nossas necessidades mas precisamos ter a consciencia do equilibrio no meio em que vivemos.
by may
Mas voltando um pouco o disco, ou melhor a história. Será que podemos considerar Walter Gropius - fundador da Bauhaus, primeira escola de Design - como o pai do Design?
Creio que seja impróprio, com tantos artistas, como William Morris, que antecederam a Revolução Industrial, em movimentos como Art Noveau, Art Decó, são hoje, considerados designers pois fizeram funções de designers, sem saber que eram um. Sem contar sobre as épocas primitivas dos artesãos, antes da transição da manufatura para industrialização. Então quando foi que nasceu o Design?
Acho que o homem sempre foi um Designer.
Deus é um Designer rs
Mas vale ressaltar a importância de cada um, no desenvolvimento do Design: Bruno Munari, Bernd Lobach, Alexandre Wollner - que é um designer importante para o Brasil - irmãos Campana, Guto Lacaz (...) Entretantos, entreoutros.
E pra finalizar, um pouco de humor.
Bem realista, mas melhor rir do que chorar rs
by may
E uma semana importante pros estudantes e profissionais da área.
Na segunda-feira (03/11) deu inicio à Semana do Design, dentro e fora das universidades. Começando pelo evento Viver Design SP http://www.viverdesignsp.com.br
Não só palestras e seminários, mas pode-se conferir parte do projeto exposto em galerias de arte, museus, e até nas estações de metrô.
Um pedacinho espalhado pela cidade, e aos poucos, a integração e importancia do termo e do sentido Design agindo sobre a população.
by may
Se trabalharmos pensando não apenas na comunicação de uma forma original, mas também saber integrar a sustentabilidade, seremos os profissionais do futuro.
Não basta projetar algo inovador à medida das nossas necessidades mas precisamos ter a consciencia do equilibrio no meio em que vivemos.
by may
Mas voltando um pouco o disco, ou melhor a história. Será que podemos considerar Walter Gropius - fundador da Bauhaus, primeira escola de Design - como o pai do Design?
Creio que seja impróprio, com tantos artistas, como William Morris, que antecederam a Revolução Industrial, em movimentos como Art Noveau, Art Decó, são hoje, considerados designers pois fizeram funções de designers, sem saber que eram um. Sem contar sobre as épocas primitivas dos artesãos, antes da transição da manufatura para industrialização. Então quando foi que nasceu o Design?
Acho que o homem sempre foi um Designer.
Deus é um Designer rs
Mas vale ressaltar a importância de cada um, no desenvolvimento do Design: Bruno Munari, Bernd Lobach, Alexandre Wollner - que é um designer importante para o Brasil - irmãos Campana, Guto Lacaz (...) Entretantos, entreoutros.
E pra finalizar, um pouco de humor.
Bem realista, mas melhor rir do que chorar rs
Cia Barbixas de humor
Já faz um tempo que conheço e admiro o trabalho da Cia Barbixas de Humor.
Tudo começou com o espetáculo "3", no Teatro Gazeta. E em seguida "Onde está o riso?" no Teatro Jardim São Paulo.
A partir daí acompanho o trabalho e crescimento do grupo.
Nesse último fim de semana fiquei sabendo que o espetáculo "Em breves" está em cartaz até o fim do mês, e na busca de informações, eis que surge uma oportunidade de conseguir um par de ingressos, com a promoção "Blogresso"
O blogueiro deve postar um dos vídeos do espetáculo, disponivel noYoutube , e resumidamente comentar sobre da promoção - o que estou fazendo agora - e então mandar um email com o link do post para: contato@barbixas.com.br
Booom não custa tentar. Será que eu consigo?
Ou será que teria que implorar por ingressos, já que meu aniversário está chegando!
E não custa dar uma forcinha também e divulgar um dos mais divertidos espetáculos de comédia.
Então, tá aí a dica:
O Coiso - Barbixas
Choreeei com esse vídeo
Tudo começou com o espetáculo "3", no Teatro Gazeta. E em seguida "Onde está o riso?" no Teatro Jardim São Paulo.
A partir daí acompanho o trabalho e crescimento do grupo.
Nesse último fim de semana fiquei sabendo que o espetáculo "Em breves" está em cartaz até o fim do mês, e na busca de informações, eis que surge uma oportunidade de conseguir um par de ingressos, com a promoção "Blogresso"
O blogueiro deve postar um dos vídeos do espetáculo, disponivel no
Booom não custa tentar. Será que eu consigo?
Ou será que teria que implorar por ingressos, já que meu aniversário está chegando!
E não custa dar uma forcinha também e divulgar um dos mais divertidos espetáculos de comédia.
Então, tá aí a dica:
O Coiso - Barbixas
Choreeei com esse vídeo
03 novembro, 2008
Murakami #3
A situação era sempre a mesma. Manhã de domingo. Luz matinal serena, que existe em qualquer lugar. A veneziana da janela. As costas nuas de uma mulher. Os dedos de um homem que alisam suas costas. Na parede, uma reprodução de Le Corbusier. No quarto, há um aparelho de som. Há um vaso também. Nele havia uma flor que parecia margarida. Roupas espalhadas pelo chão. Vê-se uma estante de livros.
25 outubro, 2008
noBody's perfect
Corpo
Essa matéria de uma natureza quase morta que até então nos sustenta aqui sob visões delimitadas, é o que acaba criando discussões fúteis, ou melhor, direciona as coisas de maneira fútil.
Maquiagens que impedem a respiração; entupindo os poros; putrefando mentes e seus modos; causando dissoluções nos ideais e na auto estima; julgando espelhos e furtando inocências.
Abra uma revista feminina e lá estão imagens e diagramas em como ter uma cinturinha fina; Como bronzear e tornear as pernas para o verão; Decotes para valorizar seus volumosos seios (...)
Abra uma revista masculina e lá estão mais imagens editadas, transformando mulheres em plasticidade e fantasia apetitosa num top 10 de beldades.
O mesmo vale para os estereótipos masculinos, mas acredito que a mulher é sempre mais afetada com esse tipo de "exigências" que giram em torno dos dois mundos.
(...)corpo, boa forma, beleza, dietas miraculosas(...) são os príncipais temas abordados nos maiores veículos da comunicação e do marketing.
Agora, eis as questões: Que beleza é essa da qual tanto falam? Qual a melhor forma? Um corpo só é aceito e notado quando se encaixa em padrões estabelecidos? E as comparações? Existirá sempre um novo estereótipo, com aspectos delimitados?
Claro que as diferenças culturais tem o poder de estabelecer determinados pontos para distinção e reconhecimento. E que a estética acaba se tornando uma teoria do gosto, de experiências, bem pessoal. Mas isso é bem diferente da imagem que construimos por influências.
E confesso, tem horas que me sinto diminuta à tudo isso, mas me calo.
Não faço apologia à desleixo. Porque manter o corpo sanado não é sinônimo de sarado. E ser saudável está bem longe de toda essa obsessão.
Sem falar que as discrepâncias e comparações muitas vezes se tornam o incômodo alheio. Já vi, muitas vezes, a importancia que as pessoas dão ao corpo alheio quando na verdade esquecem do tempo gasto, sem saber que a conta no médico ficará bem alta com essa falta de importancia que ela dá pro seu próprio corpo e na maior parte das vezes, pro seu caráter.
Isso tudo faz do corpo uma penitência. Um aspecto que corrompe à maior parte, senão, toda.
Uma violação, que arranca de nós as escolhas e a aceitação. Cada pedaço de ninguém que ninguém quer mudar. E eu, não quero mudar nada aqui, só quero mudar tudo lá.
Goste ou não, meu corpo e o seu nunca serão perfeitos, mesmo porque a perfeição não existe. E um dia essa matéria morrerá, e não haverão toxinas que possam recuperar todo esforço de uma vida leviana.
Essa matéria de uma natureza quase morta que até então nos sustenta aqui sob visões delimitadas, é o que acaba criando discussões fúteis, ou melhor, direciona as coisas de maneira fútil.
Maquiagens que impedem a respiração; entupindo os poros; putrefando mentes e seus modos; causando dissoluções nos ideais e na auto estima; julgando espelhos e furtando inocências.
Abra uma revista feminina e lá estão imagens e diagramas em como ter uma cinturinha fina; Como bronzear e tornear as pernas para o verão; Decotes para valorizar seus volumosos seios (...)
Abra uma revista masculina e lá estão mais imagens editadas, transformando mulheres em plasticidade e fantasia apetitosa num top 10 de beldades.
O mesmo vale para os estereótipos masculinos, mas acredito que a mulher é sempre mais afetada com esse tipo de "exigências" que giram em torno dos dois mundos.
(...)corpo, boa forma, beleza, dietas miraculosas(...) são os príncipais temas abordados nos maiores veículos da comunicação e do marketing.
Agora, eis as questões: Que beleza é essa da qual tanto falam? Qual a melhor forma? Um corpo só é aceito e notado quando se encaixa em padrões estabelecidos? E as comparações? Existirá sempre um novo estereótipo, com aspectos delimitados?
Claro que as diferenças culturais tem o poder de estabelecer determinados pontos para distinção e reconhecimento. E que a estética acaba se tornando uma teoria do gosto, de experiências, bem pessoal. Mas isso é bem diferente da imagem que construimos por influências.
E confesso, tem horas que me sinto diminuta à tudo isso, mas me calo.
Não faço apologia à desleixo. Porque manter o corpo sanado não é sinônimo de sarado. E ser saudável está bem longe de toda essa obsessão.
Sem falar que as discrepâncias e comparações muitas vezes se tornam o incômodo alheio. Já vi, muitas vezes, a importancia que as pessoas dão ao corpo alheio quando na verdade esquecem do tempo gasto, sem saber que a conta no médico ficará bem alta com essa falta de importancia que ela dá pro seu próprio corpo e na maior parte das vezes, pro seu caráter.
Isso tudo faz do corpo uma penitência. Um aspecto que corrompe à maior parte, senão, toda.
Uma violação, que arranca de nós as escolhas e a aceitação. Cada pedaço de ninguém que ninguém quer mudar. E eu, não quero mudar nada aqui, só quero mudar tudo lá.
Goste ou não, meu corpo e o seu nunca serão perfeitos, mesmo porque a perfeição não existe. E um dia essa matéria morrerá, e não haverão toxinas que possam recuperar todo esforço de uma vida leviana.
11 outubro, 2008
Murakami #2
- Deve dançar - disse o homem carneiro. - Enquanto a música estiver tocando, você deve continaur a dançar. Entende o que quero dizer? DANÇAR, CONTINUAR DANÇANDO. Não deve pensar no motivo e nem no sentido disso, pois eles praticamente não existem. Se ficar pensando nessas coisas, seu pé ficará imóvel. Uma vez parado, já não serei capaz de agir. Já não restará nenhuma conexão com você. VAI SE ACABAR PARA SEMPRE, ENTENDEU? Daí, só lhe restará viver unicamente neste mundo. Cada vez mais será sugado para ele. Por isso, não deve parar de mover os pés. Por mais que lhe pareça uma tolice, não deve ligar. Deve continiar dançando, dando os passos. Deve ir amolecendo, mesmo que aos poucos, tudo o que estava completamente rígido. Ainda deve haver algo que não esteja perdido. Use tudo que puder usar. Dê o máximo de sí. Não há o que temer. Você deve estar mesmo cansado. Cansado e com medo. Qualquer pessoa passa por esses momentos. Sente que tudo está errado. Por isso ficam inertes.
Ergui os olhos e fiquei olhando a sombra na parede.
- Só lhe resta dançar - continuou o homem-carneiro. - E dançar de modo exemplar. A ponto de todos ficarem admirados. Pois, assim, talvez eu consiga ajuda-lo. Por isso, dance enquanto a música estiver tocando.
DANCE ENQUANTO A MÚSICA ESTIVER TOCANDO!!!
Do livro Dance, dance, dance - Haruki Murakami
Ergui os olhos e fiquei olhando a sombra na parede.
- Só lhe resta dançar - continuou o homem-carneiro. - E dançar de modo exemplar. A ponto de todos ficarem admirados. Pois, assim, talvez eu consiga ajuda-lo. Por isso, dance enquanto a música estiver tocando.
DANCE ENQUANTO A MÚSICA ESTIVER TOCANDO!!!
Do livro Dance, dance, dance - Haruki Murakami
23 setembro, 2008
Lonely - Yael Naim
You are not alone
I am here with you
Even when you're scared
I'll never leave you
Standing in a storm
Making it insane
Once again, I would try
To enchain you
But you open your eyes to the sky
and whisper
[Chorus]
That you are so lonenly
You are so alone
You're so alone
You're so lonely, so lonely
So I'm colouring my face
While I am here with you
Imagining the landscape of your sorrow
Is it yellow or blue?
Colouring the sky, and the threes
and the clouds, and the moonlight
I'd coloured your heart
If you didn't I did
[Chorus]
And I wish you could just find home.
12 setembro, 2008
04 setembro, 2008
Murakami #1
[aperte antes o play]
(...)“Por outro lado há pessoas que sentem atraídas pela minha Sensatez. São poucas. Mas elas existem. Elas e eu somos como dois planetas que gravitam na escuridão do espaço, naturalmente se atraindo e se repelindo. Elas vêm à mim, relacionam-se comigo e um dia vão embora. Elas se tornam amigas. Em certas situações elas se tornam oponentes. De qualquer forma, todas acabam se afastando de mim. Algumas desistem, outras se decepcionam, outras silenciam e acabam indo embora. No meu quarto existem duas portas. Uma é a entrada e a outra é a saída. Não há como confundi-las. Não se pode entrar pela saída, nem tampouco sair pela entrada. É algo definido. As pessoas entram pela porta de entrada e saem pela porta de saída. Há diversas maneiras de entrar e de sair por elas. Mas, independente do modo como entram e saem, no final todas acabam saindo. Uma pessoa saiu para tentar uma nova possibilidade, a outra para não perder mais tempo e a outra morreu. Não sobrou ninguém. Dentro do quarto não há ninguém. Somente eu. Sempre tenho consciência da falta que sinto dessas pessoas. Destas que se foram. Percebo que suas palavras, sua respiração e seu cantarolar ficaram impregnados na casa como partículas de pó.
Provavelmente elas conseguiram enxergar uma imagem pouco distorcida do que sou realmente. Esse deve ser o motivo pela qual elas se aproximam de mim e depois se afastam. Elas reconheceram meu esforço de ser sincero – não consigo encontrar outra explicação – e procuraram acreditar nele. Tentaram me dizer algo e fazer com que eu abrisse o coração. A maior parte dessas pessoas era dócil e carinhosa. No entanto, nada pude lhes oferecer. Mesmo que eu pudesse lhes oferecer algo, esse algo parecia insuficiente. Sempre me esforcei para dar o melhor de mim. Tudo que pude fazer eu fiz. Eu também desejava algo delas. Mas, no final das contas, nada dava certo. E, assim, partiram."
Do livro Dance, dance, dance - Haruki Murakami
A leitura desse trecho acaba tendo um acabamento primoroso quando acompanhada da música [vide vídeo abaixo]: Solitude#2, do compositor e instrumentista contemporâneo Ryuichi Sakamoto, que faz parte da trilha sonora do filme "Tony Takitani", que é uma adaptação do livro de mesmo nome, do Haruki Murakami. Mas aí já é uma outra história. E independente de citar e misturar as obras, Murakami tem sempre sua peculiaridade, aquele sabor reconhecível quando se trata de uma narração num mundo bizarro, dos amores efémeros e claro, da solidão, o que me encanta e só torna minha apreciação e rendição pelo seu trabalho, cada vez mais, num patamar elevado.
(...)“Por outro lado há pessoas que sentem atraídas pela minha Sensatez. São poucas. Mas elas existem. Elas e eu somos como dois planetas que gravitam na escuridão do espaço, naturalmente se atraindo e se repelindo. Elas vêm à mim, relacionam-se comigo e um dia vão embora. Elas se tornam amigas. Em certas situações elas se tornam oponentes. De qualquer forma, todas acabam se afastando de mim. Algumas desistem, outras se decepcionam, outras silenciam e acabam indo embora. No meu quarto existem duas portas. Uma é a entrada e a outra é a saída. Não há como confundi-las. Não se pode entrar pela saída, nem tampouco sair pela entrada. É algo definido. As pessoas entram pela porta de entrada e saem pela porta de saída. Há diversas maneiras de entrar e de sair por elas. Mas, independente do modo como entram e saem, no final todas acabam saindo. Uma pessoa saiu para tentar uma nova possibilidade, a outra para não perder mais tempo e a outra morreu. Não sobrou ninguém. Dentro do quarto não há ninguém. Somente eu. Sempre tenho consciência da falta que sinto dessas pessoas. Destas que se foram. Percebo que suas palavras, sua respiração e seu cantarolar ficaram impregnados na casa como partículas de pó.
Provavelmente elas conseguiram enxergar uma imagem pouco distorcida do que sou realmente. Esse deve ser o motivo pela qual elas se aproximam de mim e depois se afastam. Elas reconheceram meu esforço de ser sincero – não consigo encontrar outra explicação – e procuraram acreditar nele. Tentaram me dizer algo e fazer com que eu abrisse o coração. A maior parte dessas pessoas era dócil e carinhosa. No entanto, nada pude lhes oferecer. Mesmo que eu pudesse lhes oferecer algo, esse algo parecia insuficiente. Sempre me esforcei para dar o melhor de mim. Tudo que pude fazer eu fiz. Eu também desejava algo delas. Mas, no final das contas, nada dava certo. E, assim, partiram."
Do livro Dance, dance, dance - Haruki Murakami
A leitura desse trecho acaba tendo um acabamento primoroso quando acompanhada da música [vide vídeo abaixo]: Solitude#2, do compositor e instrumentista contemporâneo Ryuichi Sakamoto, que faz parte da trilha sonora do filme "Tony Takitani", que é uma adaptação do livro de mesmo nome, do Haruki Murakami. Mas aí já é uma outra história. E independente de citar e misturar as obras, Murakami tem sempre sua peculiaridade, aquele sabor reconhecível quando se trata de uma narração num mundo bizarro, dos amores efémeros e claro, da solidão, o que me encanta e só torna minha apreciação e rendição pelo seu trabalho, cada vez mais, num patamar elevado.
01 setembro, 2008
Mãos
Constítuidas por vinte e sete ossos e dois conjuntos de músculos cada uma. Através delas que evoluímos, comunicamos, modificamos o ambiente, a nossa história.
Dos mais variados encontros - de um íntimo ou até de um passageiro - e depois de um tempo observando, é das mãos que eu acabo recordando. E nem acredito na possibilidade de Joey Tribbiani ter encontrado seu "identical hand twin" em Las Vegas, pois as mãos tem seus detalhes em entalhes, a personificação que me faz associar até mãos sem rostos, mãos sem bolsos.
Mãos pequenas, mãos serenas; maciez ou rugas do tempo; manchas e cortes; unhas arredondadas ou achatadas, numa pintura impecável ou roídas, sem unha ou compridas; cúticulas empurradas ou intactas; calos marcados pelo esforço, ou da infância de escritas em cadernos de caligrafia; dedos longos, dedos gordos, com adornos de promessas ou enferrujados no tempo.
Mãos, que pintam sobre telas memóraveis ou salvam vidas ensanguentadas; que fazem daquele instrumento a lembrança de uma vida embalada; que se juntam numa oração ou numa cantiga de roda; que vertem líquidos evidênciando a ansiedade por uma notícia ou pelo beijo em um banco de cinema; que esfriam xícara no inverno ou esquentam pélvis no prazer; oferecem lenços e até limpam os borrões nos olhos; que são acorrentadas por justiça ou por fetiche; que adormecem e sentem formigas percorrerem e aquele estranhamento como se elas não fossem suas; que seguram sacolas arrebentadas ou crianças cansadas; que se fecham num primeiro contato com o dedinho do irmãozinho ou com a areia da beira molhada; que acenam encontros ou despedidas numa esquina.
Mãos, com seu próprio senso de denuncia, nos gestos da verdade, entre toques e idade.
Mãos que machucam, ofendem, provocam, seguram... Mas é das mãos que levantam-me de um tombo ou afagam-me a face e os cabelos, que recordo-me muito bem, fazendo do toque, o embalar de uma feliz e eterna anestesia.
Mãos ao redor
E você, conseguiria reconhecer-se em mãos? E o que elas fizeram até então?
Dos mais variados encontros - de um íntimo ou até de um passageiro - e depois de um tempo observando, é das mãos que eu acabo recordando. E nem acredito na possibilidade de Joey Tribbiani ter encontrado seu "identical hand twin" em Las Vegas, pois as mãos tem seus detalhes em entalhes, a personificação que me faz associar até mãos sem rostos, mãos sem bolsos.
Mãos pequenas, mãos serenas; maciez ou rugas do tempo; manchas e cortes; unhas arredondadas ou achatadas, numa pintura impecável ou roídas, sem unha ou compridas; cúticulas empurradas ou intactas; calos marcados pelo esforço, ou da infância de escritas em cadernos de caligrafia; dedos longos, dedos gordos, com adornos de promessas ou enferrujados no tempo.
Mãos, que pintam sobre telas memóraveis ou salvam vidas ensanguentadas; que fazem daquele instrumento a lembrança de uma vida embalada; que se juntam numa oração ou numa cantiga de roda; que vertem líquidos evidênciando a ansiedade por uma notícia ou pelo beijo em um banco de cinema; que esfriam xícara no inverno ou esquentam pélvis no prazer; oferecem lenços e até limpam os borrões nos olhos; que são acorrentadas por justiça ou por fetiche; que adormecem e sentem formigas percorrerem e aquele estranhamento como se elas não fossem suas; que seguram sacolas arrebentadas ou crianças cansadas; que se fecham num primeiro contato com o dedinho do irmãozinho ou com a areia da beira molhada; que acenam encontros ou despedidas numa esquina.
Mãos, com seu próprio senso de denuncia, nos gestos da verdade, entre toques e idade.
Mãos que machucam, ofendem, provocam, seguram... Mas é das mãos que levantam-me de um tombo ou afagam-me a face e os cabelos, que recordo-me muito bem, fazendo do toque, o embalar de uma feliz e eterna anestesia.
Mãos ao redor
E você, conseguiria reconhecer-se em mãos? E o que elas fizeram até então?
29 agosto, 2008
Serotonina
Estamos em falta. Mas se pudesse engoli-la em um único gole, como quem engole sem mastigar a vislumbra alheia, faria, neste instante.
27 agosto, 2008
My boo
Apesar do orgulho muitas vezes não admitir a falta que sente, hoje ele se cala, e mesmo sem querer, deixa escapar uma ânsia há muito entalada na garganta, um grito dos pulmões inundados transbordando incertezas, perguntas sem resposta se chocando violentamente dentro da cabeça, dentro de cada célula, desfilando no fundo
dos olhares na promessa de uma conversa adiada.
Hoje tento substituir todas as sensações que pendem de um fio de seda por palavras e lembranças mais delicadas, mas ao meu lado está sempre a espera, que transforma os ponteiros em chumbo, que contamina o ar com o peso que o peito carrega.
Paraliso! Já não consigo deixar de pensar em todas as evidências de um crime não cometido, misturadas àquela saudade, de cada momento entalhado no 11º andar, sob um Sol poente, dos risos adocicados, das memórias materializadas, das lágrimas entre carros, do bater de portas e o ombro molhado, do virtual para o real, da dormência em um sonho.
E esperança pra muitos é vitalidade, pra outros não é uma condição necessária à felicidade. Mas nesse meu mundo imperfeito, hoje, pra mim, a esperança é o mal mais necessário. Na ânsia de que a razão vai cessar os murros que tem dado na emoção e no sentido da verdadeira essência de uma amizade.
Hoje, em especial, desejo mais do que o habitual, mais que felicitações evidentes - Desejo, volta!
Puxo uma cadeira, me sento olhando para a janela com aquele medo correndo por dentro, medo de que o telefone nunca mais irá tocar.
E hoje, uma lágrima corre solitária, sem lenços de papel oferecidos, ao som de notas que um dia foram cantadas:
"It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want
(...)
Please don't try, is so hard to say goodbye"
"But we shared a moment that will last till the end."
Feliz aniversário, Deusa, Heroína, Iluminada, Bela, minha.
E hoje eu já nem falo de saudade.
dos olhares na promessa de uma conversa adiada.
Hoje tento substituir todas as sensações que pendem de um fio de seda por palavras e lembranças mais delicadas, mas ao meu lado está sempre a espera, que transforma os ponteiros em chumbo, que contamina o ar com o peso que o peito carrega.
Paraliso! Já não consigo deixar de pensar em todas as evidências de um crime não cometido, misturadas àquela saudade, de cada momento entalhado no 11º andar, sob um Sol poente, dos risos adocicados, das memórias materializadas, das lágrimas entre carros, do bater de portas e o ombro molhado, do virtual para o real, da dormência em um sonho.
E esperança pra muitos é vitalidade, pra outros não é uma condição necessária à felicidade. Mas nesse meu mundo imperfeito, hoje, pra mim, a esperança é o mal mais necessário. Na ânsia de que a razão vai cessar os murros que tem dado na emoção e no sentido da verdadeira essência de uma amizade.
Hoje, em especial, desejo mais do que o habitual, mais que felicitações evidentes - Desejo, volta!
Puxo uma cadeira, me sento olhando para a janela com aquele medo correndo por dentro, medo de que o telefone nunca mais irá tocar.
E hoje, uma lágrima corre solitária, sem lenços de papel oferecidos, ao som de notas que um dia foram cantadas:
"It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want
(...)
Please don't try, is so hard to say goodbye"
"But we shared a moment that will last till the end."
Feliz aniversário, Deusa, Heroína, Iluminada, Bela, minha.
E hoje eu já nem falo de saudade.
26 agosto, 2008
Casa nova: Renovação Criativa
Juntamente com um grupo do 1° ano de Design da Uniban, a partir de hoje, começo a colaborar com o Blog e o Projeto Renovação Criativa
22 agosto, 2008
15 agosto, 2008
Falling Slowly
Indicada ao Oscar como melhor canção original, do filme independente Once - Por Glen Hansard e Marketa Irglova.
Tanto Falling Slowly quanto as outras músicas do álbum, lembram muito o feeling das canções de Damien Rice.
I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react
And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out
[chorus]
Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
You've made it now
Falling slowly,
Eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me
And erase me
And I'm painted black
You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won
[chorus]
Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
You've made it now
Falling slowly
Sing your melody
I'll sing along
Tanto Falling Slowly quanto as outras músicas do álbum, lembram muito o feeling das canções de Damien Rice.
I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react
And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out
[chorus]
Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
You've made it now
Falling slowly,
Eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me
And erase me
And I'm painted black
You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won
[chorus]
Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
You've made it now
Falling slowly
Sing your melody
I'll sing along
13 agosto, 2008
A.gosto Cultural
12 agosto, 2008
Ponto final. Pula linha.
Ontem eu tinha mais postagens do que hoje.
Reler parte do passado, foi como fazer uma lista de passo-a-passo; de erros e embaraços, que eu poderia ter evitado, não de fazê-los, mas de recordá-los. E então, foi como abrir uma caixa esquecida em cima do armário, com papéis engomados ou amarrotados; coloquei-me à rir de todos eles, dos erros ortográficos, das histórias irônicas e de sentimentos puros ou tolos; de quando me achava uma maçã pronta pro consumo, madura à altura do problema, mas ainda sem a consciência de que tudo passa. E assim passou.
Estou deletando parte do que merece ser apagado.
Pode não ser esquecido, pois algumas histórias passaram do papel e não passaram de uma lágrima; e é tudo passado, com ferro quente; mas ainda assim não há mais necessidade de ficar demasiadamente exposto.
Então, é isso, não é um recomeço, são apenas novos devaneios, histórias, gritos, sussuros, eufemismos e metáforas, com uma pitada de utilidade pública, ou não. E claro, os sentimentos, sempre eles.
Reler parte do passado, foi como fazer uma lista de passo-a-passo; de erros e embaraços, que eu poderia ter evitado, não de fazê-los, mas de recordá-los. E então, foi como abrir uma caixa esquecida em cima do armário, com papéis engomados ou amarrotados; coloquei-me à rir de todos eles, dos erros ortográficos, das histórias irônicas e de sentimentos puros ou tolos; de quando me achava uma maçã pronta pro consumo, madura à altura do problema, mas ainda sem a consciência de que tudo passa. E assim passou.
Estou deletando parte do que merece ser apagado.
Pode não ser esquecido, pois algumas histórias passaram do papel e não passaram de uma lágrima; e é tudo passado, com ferro quente; mas ainda assim não há mais necessidade de ficar demasiadamente exposto.
Então, é isso, não é um recomeço, são apenas novos devaneios, histórias, gritos, sussuros, eufemismos e metáforas, com uma pitada de utilidade pública, ou não. E claro, os sentimentos, sempre eles.
07 agosto, 2008
Nós, mulheres, por ela
(...)"Daqui a cem anos, as mulheres terão deixado de ser o sexo fraco. Eliminem essa proteção, exponham-nas aos mesmos exercícios e atividades, façam-nas soldados, marinheiros e motoristas e estivadores, e as mulheres não morrerão tão jovens e tão rapidamente, de modo que os homens possam dizer - Vi uma mulher, como era o hábito dizerem: - Vi um avião. Tudo pode acontecer, quando as mulheres deixarem de ser "protegidas".
(...)"Constituí um quebra-cabeças insolúvel o fato de nenhuma mulher ter escrito uma palavra que fosse dessa brilhante literatura ao passo que, segundo parece, todos os homens eram capazes de compor canções ou sonetos. Interroguei-me sobre as condições em que as mulheres viviam; porque a ficção, na sua qualidade imaginativa, não cai como uma pedra no chão, à semelhança da ciência; a ficão parece-se com uma teia de aranhas, ligada, ainda que por delgados fios, à vida. Por vezes, essa ligação torna-se impreceptível; as obras de Shakespeare, por exemplo, dão a idéia de estarem suspensas. Contudo, sempre que se puxa a teia, presa numa das pontas, e por rota que esteja no meio, vem à memória que estas teias não são tecidas no ar, por criaturas incorpóreas, mas resultam do trabalho de seres humanos sofredores, e estão interligadas a coisas extremamente materiais, como a saúde, o dinheiro e as casas onde vivemos".
Um quarto que seja seu - Virginia Woolf
Isso torna fina a linha das diferenças quando se trata da mesma espécie? Ou apenas mulheres possuem tenuidade para sentir essas linhas virarem ásperas cordas em volta de seus pescoços?
(...)"Constituí um quebra-cabeças insolúvel o fato de nenhuma mulher ter escrito uma palavra que fosse dessa brilhante literatura ao passo que, segundo parece, todos os homens eram capazes de compor canções ou sonetos. Interroguei-me sobre as condições em que as mulheres viviam; porque a ficção, na sua qualidade imaginativa, não cai como uma pedra no chão, à semelhança da ciência; a ficão parece-se com uma teia de aranhas, ligada, ainda que por delgados fios, à vida. Por vezes, essa ligação torna-se impreceptível; as obras de Shakespeare, por exemplo, dão a idéia de estarem suspensas. Contudo, sempre que se puxa a teia, presa numa das pontas, e por rota que esteja no meio, vem à memória que estas teias não são tecidas no ar, por criaturas incorpóreas, mas resultam do trabalho de seres humanos sofredores, e estão interligadas a coisas extremamente materiais, como a saúde, o dinheiro e as casas onde vivemos".
Um quarto que seja seu - Virginia Woolf
Isso torna fina a linha das diferenças quando se trata da mesma espécie? Ou apenas mulheres possuem tenuidade para sentir essas linhas virarem ásperas cordas em volta de seus pescoços?
24 julho, 2008
Passagens, contagens e espera
Um dia pode ser ditado apenas como ponteiros sem pressa ou como uma marcação em tinta azul num calendário, evidênciando o passado distante e o futuro reduzido. Mas a lembrança de uma contagem, o início de uma história, de todas as coisas preservadas como se estivessem em caixas sobre o armário, é o que marca esse dia com um círculo vermelho de caneta piloto. É toda essa planificação categórica para com os detalhes que nos rendem; em papéis amassados; em aromas característicos; no desalinho das horas; na espera que corrompe menos e te leva à janela; sem falar sobre pieguices contidas.
Mas depois de tudo, palavras são apenas palavras, planos são apenas planos. Porque no fim, quando não há papéis rabiscados e o espaço já não é mais suficiente aqui, tudo transborda ao ouvir sua voz, me tornando numa criança muda num balanço que pára no mais alto ponto. E das pieguices contidas é que falta ar e coragem pra atirá-las como pedra à sua frente. Talvez porque essa distância já me consumiu, e ainda assim eu já não tenho mais pressa, pois não preciso dela pra saber o que corre por aí, todo esse querer e essa vaidade.
Hoje, só há uma necessidade, de um olhar lançado, na iminência de que ele voltou pra casa.
Mas depois de tudo, palavras são apenas palavras, planos são apenas planos. Porque no fim, quando não há papéis rabiscados e o espaço já não é mais suficiente aqui, tudo transborda ao ouvir sua voz, me tornando numa criança muda num balanço que pára no mais alto ponto. E das pieguices contidas é que falta ar e coragem pra atirá-las como pedra à sua frente. Talvez porque essa distância já me consumiu, e ainda assim eu já não tenho mais pressa, pois não preciso dela pra saber o que corre por aí, todo esse querer e essa vaidade.
Hoje, só há uma necessidade, de um olhar lançado, na iminência de que ele voltou pra casa.
17 julho, 2008
Uma conversa só minha
Pela manhã, lá estava ela. E da cama me levantei, enquanto o chuveiro já estava ligado, se não tomo cuidado me perco quando olho no espelho, pois já não pareço ela. Ofereci café, mas recusei. Esperamos o almoço. Enquanto lançava planos categóricos pro dia, eu já me afundava em enfado. Não quis acompanhar-me e nem ajudar na escolha das filas, mas me aguardou sentada na sacada, com uma sarda à mais sob o Sol. E entre quatro paredes brancas, abro armário com blusas jogadas e amanhecidas por ela; empilho uma à uma enquanto tira e joga as meias, colocando os pés no tapete de canto; sentadas em uma cama sobre a outra, disputando o lado esquerdo, é que revelou uma conversa sobre nós; rimos da semana passada e sobre amores tolos; e concordamos que aos quinze era apenas uma garota, enquanto contava as marcas de diferentes tonalidades na pele, já não se sabe qual o grau de primaveras feridas, mas que resquicios foram suficientes pra tornar-nos justas. Resolvemos não ligar o som, pois o silêncio era evidente depois das 23hs, suficiente pra encontrarmos algo só nosso e com medo de perder o som dos sonhos. Com os pés virados pro mural, me encontrei em fotos; em grupo, em pé, sentadas, num canto, sozinha, sorrindo, de óculos escuros, com bordas, preto e branco, e ela. E com a câmera na mão é que faço um auto retrato de uma visão, da nossa visão: da maneira como o mundo lá fora reage aqui dentro, dos amigos que foram e que serão, dos inimigos, do erro cometido semana passada e do acerto no ano que vem.
Ela se sente bela, apesar de uns quilos à mais, e eu numa espera. Eu sou ela, e ela sou eu mesma por mim. É só quando me encontro com ela que eu me encontro também.
Ela se sente bela, apesar de uns quilos à mais, e eu numa espera. Eu sou ela, e ela sou eu mesma por mim. É só quando me encontro com ela que eu me encontro também.
14 julho, 2008
Reatando laços
Preservar uma amizade é o que há de melhor, mas quando somos tolos, deixamos as areias escorrerem pelos vãos das mãos. E o pior, é perdê-la por absolutamente nada; sem culpados ou palavras jogadas ao vento.
Apesar de endurecida, eu acabo por voltar à um ponto sem fim. E depois de 8 anos, tudo conspirou para que a dissolução da incerteza do que poderia ter sido, se não tivesse tentado em reatar laços. E aquela velha história de não deixar com que coisas insolúveis tomem conta de você e de seus atos.
Hoje, foi como o fim de uma missão; gratificante, mesmo sabendo que o telefone não irá tocar.
Apesar de endurecida, eu acabo por voltar à um ponto sem fim. E depois de 8 anos, tudo conspirou para que a dissolução da incerteza do que poderia ter sido, se não tivesse tentado em reatar laços. E aquela velha história de não deixar com que coisas insolúveis tomem conta de você e de seus atos.
Hoje, foi como o fim de uma missão; gratificante, mesmo sabendo que o telefone não irá tocar.
10 julho, 2008
Saturada num mercado saturado
Já se sentiu como grão de areia comparado à um rochedo? Bem vindo ao meu dia.
É quando você sente que não está contribuindo com o que gostaria, fazendo apenas parte de uma parcela da massa. O quanto essa massa pode tomar conta dos seus pés?
Sobre Universidades públicas e particulares reconhecidas, eu já não sei mais que opinião tenho. Antes me convencia quando as pessoas diziam que, quem faz o profissional, o curso e a universidade, não é o sistema de ensino ou a quantia de um boleto, mas sim, o estudante. É claro, que em tese, isso é algo a ser levado em conta, e ter exemplos reais de que essa afirmação é muito mais reconhecível e promissora aos olhos de quem está apenas começando, isso também é levado muito em conta. Mas nada disso é um fato quando se trata da prática. E meu curso exige mão na massa. Estar habilitado no que existe de mais novo. Além dos inúmeros segmentos que se põem como cartas à escolher. E vejo a discrepancia e o peso que isso toma na hora de concorrer no mercado saturado, onde uma vaga de designer é oferecida à um publicitário ou até à um micreiro da esquina. Qual a referência que uma empresa assim tem? Sem falar de experiência; Pra que se tenha, é preciso oportunidade, mas hoje pra uma oportunidade, exigi-se tê-la. Contraditório e concreto fator que impede o aprendizado, maturidade e estabilidade profissional. Basicamente, é uma somatória de fatores deficientes que acaba dificultando nesse ingresso.
Além de ser difícil estudar tarde dentro do cronograma da sociedade, é mais difícil ainda, o fato de concorrentes mais novos já estarem num patamar muito acima. Eu posso fingir que isso não me aflige, mas o fato é que cada vez mais, isso está pesando.
Não é por falta de candidatar-me, correr atrás, tentar. Só que esse cansaço acaba por deixar dúvidas.
Qual outro caminho tentar antes que seja tarde?
____________________________________________
Esse texto foi escrito às 14hs. Duas horas depois eu recebi uma proposta pra participar de um processo seletivo na segunda-feira.
Bem, tenho alguns dias pra rever a auto confiança, a imagem, o curriculo, o portfólio e o senso de convencimento. Porque num processo como esse, é apenas isso que você tem nas mãos.
É quando você sente que não está contribuindo com o que gostaria, fazendo apenas parte de uma parcela da massa. O quanto essa massa pode tomar conta dos seus pés?
Sobre Universidades públicas e particulares reconhecidas, eu já não sei mais que opinião tenho. Antes me convencia quando as pessoas diziam que, quem faz o profissional, o curso e a universidade, não é o sistema de ensino ou a quantia de um boleto, mas sim, o estudante. É claro, que em tese, isso é algo a ser levado em conta, e ter exemplos reais de que essa afirmação é muito mais reconhecível e promissora aos olhos de quem está apenas começando, isso também é levado muito em conta. Mas nada disso é um fato quando se trata da prática. E meu curso exige mão na massa. Estar habilitado no que existe de mais novo. Além dos inúmeros segmentos que se põem como cartas à escolher. E vejo a discrepancia e o peso que isso toma na hora de concorrer no mercado saturado, onde uma vaga de designer é oferecida à um publicitário ou até à um micreiro da esquina. Qual a referência que uma empresa assim tem? Sem falar de experiência; Pra que se tenha, é preciso oportunidade, mas hoje pra uma oportunidade, exigi-se tê-la. Contraditório e concreto fator que impede o aprendizado, maturidade e estabilidade profissional. Basicamente, é uma somatória de fatores deficientes que acaba dificultando nesse ingresso.
Além de ser difícil estudar tarde dentro do cronograma da sociedade, é mais difícil ainda, o fato de concorrentes mais novos já estarem num patamar muito acima. Eu posso fingir que isso não me aflige, mas o fato é que cada vez mais, isso está pesando.
Não é por falta de candidatar-me, correr atrás, tentar. Só que esse cansaço acaba por deixar dúvidas.
Qual outro caminho tentar antes que seja tarde?
____________________________________________
Esse texto foi escrito às 14hs. Duas horas depois eu recebi uma proposta pra participar de um processo seletivo na segunda-feira.
Bem, tenho alguns dias pra rever a auto confiança, a imagem, o curriculo, o portfólio e o senso de convencimento. Porque num processo como esse, é apenas isso que você tem nas mãos.
09 julho, 2008
Feriado
As unhas estão, roxas, mesmo depois de um banho quente. Pela temperatura das extremidades, por ora chego à acreditar que esteja morta, ou assim quisesse usar como artíficio e esquecer que existe uma disfunção no sistema circulatório. Mas logo colocar a mão sobre duas cicatrizes, acaba provando o contrário.
Amanhã, ou melhor, hoje, é feriado pra muitos. Pra falar a verdade eu não sei do que ou porquê, e não faz tanta diferença quando você faz parte de uma massa ociosa; talvez você se encarregue apenas de entrar no ritmo alheio. O que faz a diferença é o que faz você sair da cama amarrotada, do quarto invadido pela luz e conversas aleatórias, do chuveiro quente, da casa vazia. Isso é apenas uma pequena parcela do que já se sabe sobre o inevitável.
Amanhã, ou melhor, hoje, é feriado pra muitos. Pra falar a verdade eu não sei do que ou porquê, e não faz tanta diferença quando você faz parte de uma massa ociosa; talvez você se encarregue apenas de entrar no ritmo alheio. O que faz a diferença é o que faz você sair da cama amarrotada, do quarto invadido pela luz e conversas aleatórias, do chuveiro quente, da casa vazia. Isso é apenas uma pequena parcela do que já se sabe sobre o inevitável.
24 junho, 2008
Trinta e uma passagens
A felicidade pode ser denominada como um estado de espirito e de bem estar; seja ela instantânea ou duradoura, na qual insistimos dizer que essa busca seja eterna. Pra alguns ela pode ser tão estável, como a simplicidade em ouvir à voz de seus filhos do outro lado da sala, ou a conquista de um bem material. Pra outros, basta ver o Sol raiar enquanto abotoa a camisa que ganhou no Natal passado.
Quando me perguntam sobre felicidade, protelo por alguns instantes em responder. Histórias tristes insistem seguir o curso da memória antes de concluir sobre que tipo de felicidade eu vivi, passei a sustentar ou buscar.
E enquanto você mastiga o almoço tentando ignorar as conversas repetitivas ou quando você percorre as ruas da cidade num banco ao lado de um estranho que tenta ser notado com conversas sobre o tempo lá fora. Você tenta se concentrar naquela música ou naquele livro, acaba por encarar que a maior parte dos seus dias não é feito de felicidade, pois seu rosto permanecerá sereno ou sério, enquanto estiver sozinho ou executando tarefas; seus pensamentos estáticos ou voltados para o que virá nos próximos instantes, como a bebida que irá ingerir após a última garfada ou uma olhada no espelinho de bolso enquanto guarda o livro, antes de descer no seu ponto. Logo você não pode ser preenchido pela felicidade à todo instante. Você põe em foco objetivos e esquece completamente sobre qualquer satisfação e alívio que pode ser proporcionado pra estampar um sorriso.
Hoje a felicidade pra mim é algo subjetivo. Acredito na aceitação de que a minha vida não é uma fábula; que aquele medo jamais será superado; que as manchas sempre surgirão na pior das hipóteses; que eu posso estar sozinha a qualquer instante.
E são nos momentos minimamente detalhados sobre histórias contadas ou sobre a história que está sendo escrita, o conforto de que você não esteja só, com essa mania perdida de procurar traços minuciosos que tinham sido apagados por quem nos acham tolos. É neste exato instante que você percebe cenas alteradas onde você estava acostumada e nauseada.
Enquanto isso as areias correm. O tempo pode ser julgado suficiente pela qualidade como é gasto e não pela quantidade em que é contado. E assim correm os dias desde então, aguardando uma presença, preparando uma surpresa, assistindo a inércia, imaginando o que estás sonhando, ouvindo aquela melodia, tomando goles de coragem, em doses homeopáticas aceitando os embaraços e jorrando as verdades, prencheendo com o que não foi planejado ou talvez com o que esteve apenas nos sonhos adormecidos.
O mundo pode ser trancado para os possiveis danos e intenções mas talvez aberto para uma visita, tornando a simplicidade em clareza. O inverno descansando e despertando lá fora e a proximidade gerando calor em todas as portas e no coração.
Já sustento pouca vaidade pra admitir que gosto de carregar esse sentimento, mas não o tenho pela satisfação que me causa, mas pela maneira que representa como um ser humano melhor. E a grande parcela dos meus dias melhores tem um único e satisfatório motivo neste exato instante em que eu chamo de felicidade.
Não se escreve sobre felicidade pois ela é imensurável, mas ainda existe algo que queira ser registrado e depois me recuso redigir qualquer reação, pois me sinto bem. E isso só lhe cai bem quando você não perde nenhum instante do momento exato que a felicidade está à sua frente.
Quando me perguntam sobre felicidade, protelo por alguns instantes em responder. Histórias tristes insistem seguir o curso da memória antes de concluir sobre que tipo de felicidade eu vivi, passei a sustentar ou buscar.
E enquanto você mastiga o almoço tentando ignorar as conversas repetitivas ou quando você percorre as ruas da cidade num banco ao lado de um estranho que tenta ser notado com conversas sobre o tempo lá fora. Você tenta se concentrar naquela música ou naquele livro, acaba por encarar que a maior parte dos seus dias não é feito de felicidade, pois seu rosto permanecerá sereno ou sério, enquanto estiver sozinho ou executando tarefas; seus pensamentos estáticos ou voltados para o que virá nos próximos instantes, como a bebida que irá ingerir após a última garfada ou uma olhada no espelinho de bolso enquanto guarda o livro, antes de descer no seu ponto. Logo você não pode ser preenchido pela felicidade à todo instante. Você põe em foco objetivos e esquece completamente sobre qualquer satisfação e alívio que pode ser proporcionado pra estampar um sorriso.
Hoje a felicidade pra mim é algo subjetivo. Acredito na aceitação de que a minha vida não é uma fábula; que aquele medo jamais será superado; que as manchas sempre surgirão na pior das hipóteses; que eu posso estar sozinha a qualquer instante.
E são nos momentos minimamente detalhados sobre histórias contadas ou sobre a história que está sendo escrita, o conforto de que você não esteja só, com essa mania perdida de procurar traços minuciosos que tinham sido apagados por quem nos acham tolos. É neste exato instante que você percebe cenas alteradas onde você estava acostumada e nauseada.
Enquanto isso as areias correm. O tempo pode ser julgado suficiente pela qualidade como é gasto e não pela quantidade em que é contado. E assim correm os dias desde então, aguardando uma presença, preparando uma surpresa, assistindo a inércia, imaginando o que estás sonhando, ouvindo aquela melodia, tomando goles de coragem, em doses homeopáticas aceitando os embaraços e jorrando as verdades, prencheendo com o que não foi planejado ou talvez com o que esteve apenas nos sonhos adormecidos.
O mundo pode ser trancado para os possiveis danos e intenções mas talvez aberto para uma visita, tornando a simplicidade em clareza. O inverno descansando e despertando lá fora e a proximidade gerando calor em todas as portas e no coração.
Já sustento pouca vaidade pra admitir que gosto de carregar esse sentimento, mas não o tenho pela satisfação que me causa, mas pela maneira que representa como um ser humano melhor. E a grande parcela dos meus dias melhores tem um único e satisfatório motivo neste exato instante em que eu chamo de felicidade.
Não se escreve sobre felicidade pois ela é imensurável, mas ainda existe algo que queira ser registrado e depois me recuso redigir qualquer reação, pois me sinto bem. E isso só lhe cai bem quando você não perde nenhum instante do momento exato que a felicidade está à sua frente.
20 junho, 2008
A Porta
Pele, a única superficialidade existente entre nós, sobre ela os dedos delineiam os contornos; e os gestos substituem o silêncio da boca, das pupilas dilatadas com reflexos da luz externa, e de todas as coisas trancadas egoistamente em um corpo pulsante de anseios. Essa dificuldade em respirar ao construir um plano pra cada palavra a ser proferida, de maneira que elas sejam passadas verdadeiramente sem manchas; emoldurando o quadro pintado exclusivamente para a exposição.
Porta - está aberta; enquanto o mundo não pára, o meu mundo gira em torno dela.
E essa semelhança na deformidade acaba por invadir os corredores das nossas almas como furacões, desconcertando as paredes que a pouco foram levantadas.
Disfarçava receios na descoberta do caminho, que à principio era escuro; hoje, permeio seguindo as batidas desenfreadas do coração, e que já não tem mais volta, pois já estou parada na porta, à um passo do abismo evidente.
As areias correm em seu tempo, mas ainda que haja tempo, não quero vê-lo passar.
E quando o íntimo permitir, entre e tranque a porta.
12 junho, 2008
L'amour
A metrópole de São Paulo chega à cerca de 19 milhões de pessoas. Quem dirá a somatória das outras cidades e então de países.
Com tantos rostos e gostos, indo e vindo, se comportando como se fossem donos das ruas, acabam por tornar a cidade como um leque de infinitas possibilidades, entre casos e acasos.
Na busca eterna por um par, nos deparamos entre tantos corpos, entre tantas contradições que cometemos perante às relações, por cegueira e loucura, envolvimento e a dita paixão.
Na verdade, o grande mal da humanidade é acreditar que está tudo destinado, que será perfeito e eternamente gratificado.
Passamos a crer no mito do amor romântico, que seja capaz de nos amarrar melosamente, dramaticamente dependente. Essa fábula, que nos contam desde pequenos antes de embalarmos em sonhos, nos afunda nas profundezas da ilusão.
É nessas horas que devemos colocar em questão sobre o que é o amor?
A medida que nos experimentamos, os sabores, as cores e a pretensão de um valor mal visto, somos tomados pela realidade. Quando isso ocorre nos labirintos do que nos é imposto ou tomado; Ou nos isolamos somente pelas consequências de lembranças tristes, afim de que podemos nos manter longe de qualquer dor que fragmente mais ainda um coração flagelado. Ou nos rendemos e desmistificamos o amor, na sua concreta forma.
Ah o amor! Não apriosiona, não depende, e nem é constituido pela paixão.
O amor é verdadeiro na inocência, no desprendimento, no admirar em silêncio, no querer bem sem absolutamente nada em troca. Mas se houver troca que seja na medida exata que os braços humanos possam carregar, e que a força da alma possa proporcionar.
É a explosão de um vulcão sem se preocupar quando sua chama irá se extinguir.
É incompreensivel, é terno e as vezes secreto.
Há quem acredite nele pelo abismo que possa enfrentar; Há quem o trate como uma unidade minima; há quem não acredite, ou não queira acreditar.
Mas o amor, com sua capacidade de transformação, não existe melhor sensação do que saber que você tem um, seja lá como ele for.
E ainda que numa cidade com infinitas possibilidades...
ás vezes, não existe coisa melhor do que saber que você só tem uma.
Com tantos rostos e gostos, indo e vindo, se comportando como se fossem donos das ruas, acabam por tornar a cidade como um leque de infinitas possibilidades, entre casos e acasos.
Na busca eterna por um par, nos deparamos entre tantos corpos, entre tantas contradições que cometemos perante às relações, por cegueira e loucura, envolvimento e a dita paixão.
Na verdade, o grande mal da humanidade é acreditar que está tudo destinado, que será perfeito e eternamente gratificado.
Passamos a crer no mito do amor romântico, que seja capaz de nos amarrar melosamente, dramaticamente dependente. Essa fábula, que nos contam desde pequenos antes de embalarmos em sonhos, nos afunda nas profundezas da ilusão.
É nessas horas que devemos colocar em questão sobre o que é o amor?
A medida que nos experimentamos, os sabores, as cores e a pretensão de um valor mal visto, somos tomados pela realidade. Quando isso ocorre nos labirintos do que nos é imposto ou tomado; Ou nos isolamos somente pelas consequências de lembranças tristes, afim de que podemos nos manter longe de qualquer dor que fragmente mais ainda um coração flagelado. Ou nos rendemos e desmistificamos o amor, na sua concreta forma.
Ah o amor! Não apriosiona, não depende, e nem é constituido pela paixão.
O amor é verdadeiro na inocência, no desprendimento, no admirar em silêncio, no querer bem sem absolutamente nada em troca. Mas se houver troca que seja na medida exata que os braços humanos possam carregar, e que a força da alma possa proporcionar.
É a explosão de um vulcão sem se preocupar quando sua chama irá se extinguir.
É incompreensivel, é terno e as vezes secreto.
Há quem acredite nele pelo abismo que possa enfrentar; Há quem o trate como uma unidade minima; há quem não acredite, ou não queira acreditar.
Mas o amor, com sua capacidade de transformação, não existe melhor sensação do que saber que você tem um, seja lá como ele for.
E ainda que numa cidade com infinitas possibilidades...
ás vezes, não existe coisa melhor do que saber que você só tem uma.
09 junho, 2008
É como deixar assistir minha necrópsia, enquanto ainda viva estiver. Pois não há prova maior de vida do que ver o contraste do vermelho no piso frio e sentir a ínsípida fluídez vertendo nas mãos.
Naquele instante nada mais importava, a não ser sentir a temperatura do seu interior esvair, a necessidade de sobreviver e a ansia em querer limpar a desordem.
Como se estivesse limpando as evidências do assassinato da perfeição.
Vendo a água escoar ralo abaixo, desejando que os problemas estivessem ali misturados, junto à visão turva e o formigamento no corpo.
"Você já viu alguém levar um tiro e não sangrar?" Mas o tiro não foi lançado e mesmo assim sangrou. Talvez foi certeiro na alma, o sangue se esvai e a dor agravou.
Perfeição. Quisera ser perfeita por um instante. Mas esse desejo momentâneo e inalcançavél fosse apenas uma mentira brusca que surra a razão, escondida nas máscaras e nas vestes de alguém trivial.
Juntando o pensamento leviano e medíocre de tentar viver uma vida normal por 24 primaveras.
Mas sempre haverá um instante em que a realidade tenha de ser encarada ao invés de dissimulada. Sendo assim, é como tem de ser.
Como "cenouras invísiveis" esse assunto nem sempre é proferido, pois falta coragem, um pouco mais de confiança, e todos os aspectos necessários pra arrancar o coração com as mãos, e entrega-lo ainda pulsando, nos últimos suspiros. Acreditando que algum dia, ele esteja apto a compreender o poço de dores e travas que esta matéria sustenta.
Hoje, nem só de oxigênio e nutrientes o sangue é constituído, mas nele existe uma única e doce sensibilidade que alimenta o coração, doando razão pra pulsar ao despertar.
Naquele instante nada mais importava, a não ser sentir a temperatura do seu interior esvair, a necessidade de sobreviver e a ansia em querer limpar a desordem.
Como se estivesse limpando as evidências do assassinato da perfeição.
Vendo a água escoar ralo abaixo, desejando que os problemas estivessem ali misturados, junto à visão turva e o formigamento no corpo.
"Você já viu alguém levar um tiro e não sangrar?" Mas o tiro não foi lançado e mesmo assim sangrou. Talvez foi certeiro na alma, o sangue se esvai e a dor agravou.
Perfeição. Quisera ser perfeita por um instante. Mas esse desejo momentâneo e inalcançavél fosse apenas uma mentira brusca que surra a razão, escondida nas máscaras e nas vestes de alguém trivial.
Juntando o pensamento leviano e medíocre de tentar viver uma vida normal por 24 primaveras.
Mas sempre haverá um instante em que a realidade tenha de ser encarada ao invés de dissimulada. Sendo assim, é como tem de ser.
Como "cenouras invísiveis" esse assunto nem sempre é proferido, pois falta coragem, um pouco mais de confiança, e todos os aspectos necessários pra arrancar o coração com as mãos, e entrega-lo ainda pulsando, nos últimos suspiros. Acreditando que algum dia, ele esteja apto a compreender o poço de dores e travas que esta matéria sustenta.
Hoje, nem só de oxigênio e nutrientes o sangue é constituído, mas nele existe uma única e doce sensibilidade que alimenta o coração, doando razão pra pulsar ao despertar.
02 junho, 2008
REM
A muito sua manifestação já não era lembrada, talvez o inconsciente bloqueou todas as coisas que de alguma forma permaneceram mortas durante um tempo.
Ao acordar, a cabeça ainda doía, mas fez-se o esforço pra recapitular os relapsos.
Aos poucos aquela sensação de reconforto, em cena, alguns momentos do dia após anteontem, ou da noite em que o coração parou por alguns instantes e retomou seu bombear com todo vigor.
Inebriante, aquele aroma da veste escura lhe é familiar, trazendo à tona a sensação entorpecente de estar em outro lugar e assim, os rápidos movimentos dos olhos foram como refletores de um filme, que repete todas as cenas, mesmo de olhos abertos.
Ao acordar, a cabeça ainda doía, mas fez-se o esforço pra recapitular os relapsos.
Aos poucos aquela sensação de reconforto, em cena, alguns momentos do dia após anteontem, ou da noite em que o coração parou por alguns instantes e retomou seu bombear com todo vigor.
Inebriante, aquele aroma da veste escura lhe é familiar, trazendo à tona a sensação entorpecente de estar em outro lugar e assim, os rápidos movimentos dos olhos foram como refletores de um filme, que repete todas as cenas, mesmo de olhos abertos.
27 maio, 2008
Trava...
nos traços de um pincel virtual que deveria transpor todas as idéias que flutuam o cérebro sobre aquele quase estado físico.
nos efeitos dos pequenos pontos da tela que já não trazem criatividade e semiótica.
nas palavras que deveriam ser proferidas no ato injusto.
nas escritas das madrugadas solitárias.
na máquina que já não suporta a inserção de dados com peso maior que sua capacidade.
nas juntas que se encontravam flexionadas numa mesma posição.
no maxilar que insiste perder um súbito movimento desde a necessidade de respiração involuntária.
no momento do desejo ser saciado.
na apresentação de um tema que já não é mais lembrado.
ao tirar a blusa pra ver as cicatrizes superficiais nesse corpo ainda vivo.
O que resta são respostas de perguntas desnecessárias em demasia. Já cansada de responder todas essas perguntas; de estar rodeada de pessoas excessivamente desorganizadas que insistem em falar mais do que ouvir (ou de não falar quando deveriam); de limpar o sangue que verteu; de ter horário pra engolir remédios e sapos;
Talvez, quisesse que o significado dessa trava fosse outro? - Travar de cruzar-se à algo; travar de unir-se à alguém.
nos efeitos dos pequenos pontos da tela que já não trazem criatividade e semiótica.
nas palavras que deveriam ser proferidas no ato injusto.
nas escritas das madrugadas solitárias.
na máquina que já não suporta a inserção de dados com peso maior que sua capacidade.
nas juntas que se encontravam flexionadas numa mesma posição.
no maxilar que insiste perder um súbito movimento desde a necessidade de respiração involuntária.
no momento do desejo ser saciado.
na apresentação de um tema que já não é mais lembrado.
ao tirar a blusa pra ver as cicatrizes superficiais nesse corpo ainda vivo.
O que resta são respostas de perguntas desnecessárias em demasia. Já cansada de responder todas essas perguntas; de estar rodeada de pessoas excessivamente desorganizadas que insistem em falar mais do que ouvir (ou de não falar quando deveriam); de limpar o sangue que verteu; de ter horário pra engolir remédios e sapos;
Talvez, quisesse que o significado dessa trava fosse outro? - Travar de cruzar-se à algo; travar de unir-se à alguém.
26 maio, 2008
Troca-se ombro por orelhas
Não há descrição no momento, se é que seria possivel transpor com exatidão, nas escritas desajeitas sobre a hora de "partir" ou sobre as reações que percorrem o corpo no mesmo caminho que o sangue ferve.
As reações não serão questionadas, somente será guardada a importancia de saber que é especial por existir, dentro e fora daqui.
As reações não serão questionadas, somente será guardada a importancia de saber que é especial por existir, dentro e fora daqui.
20 maio, 2008
Seria erronea essa sensação que privo em delirar e evidênciar?
A vida tem sido tão, a mesma. E como um sopro em meus ouvidos, algo aquece-me, emudece-me, paralisa-me. Isso não é erroneo, pois não fragmenta meu corpo e nem minh'alma, mas talvez minha mutação já não me permita mais provar tal sensação.
Petit Fleurs - Pablo Picasso
A vida tem sido tão, a mesma. E como um sopro em meus ouvidos, algo aquece-me, emudece-me, paralisa-me. Isso não é erroneo, pois não fragmenta meu corpo e nem minh'alma, mas talvez minha mutação já não me permita mais provar tal sensação.
Petit Fleurs - Pablo Picasso
16 maio, 2008
Alice in Wonderland
"[...] poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?"
"Isso depende bastante de onde você quer chegar"
"O lugar não me importa muito..."
"Então não importa que caminho você vai tomar"
"... desde que eu chegue a algum lugar"
"Oh, você vai certamente chegar a algum lugar, se caminhar bastante."
Um amigo me remetiu essa nostalgia.
Lembro-me de como eu, incansavelmente, folheava as páginas desse livro a procura de algo que nem sabia ainda o que.
Ontem eu não entendia, hoje talvez entenda.
13 maio, 2008
Anoiteceu, com aquele aroma característico e o brilho artificial nas ruas, reluziu uma nuance já vista aos arredores. Por breve instante seus contornos foram registrados e guardados na memória.
Por ora a cena se repete em cenarios alterados, e a cada encontro um fragmento se pôe ao seu lugar.
Até então um único vínculo evidencia esse encontro, e um dos corpos não se expõe.
Por ora a cena se repete em cenarios alterados, e a cada encontro um fragmento se pôe ao seu lugar.
Até então um único vínculo evidencia esse encontro, e um dos corpos não se expõe.
11 maio, 2008
Mãe
A beleza de seus olhos
A inquietude de suas ações
Os anseios de minhas saidas
Os afagos na minha dor
Os ensinamentos que hoje me faz mulher
E a vida, o melhor presente que me deu.
Somente a ela dedico este
Somente a ela meu coração pertence
A inquietude de suas ações
Os anseios de minhas saidas
Os afagos na minha dor
Os ensinamentos que hoje me faz mulher
E a vida, o melhor presente que me deu.
Somente a ela dedico este
Somente a ela meu coração pertence
10 maio, 2008
Fotografia parte II
Saiu a minha primeira nota em Análise e produção da imagem (mais conhecida como fotografia - Enfeitam o nome talvez pra tornar-se apresentável num curso de bacharelado). Nota: 10
Com um bom método de avaliação
T1
- Tema (cenas inusitadas)
- Composição
- Acabamento
- Criatividade
Index do Parque do Ibirapuera com as duas fotos escolhidas para amplição destacadas:
Seria uma vergonha se eu não atingisse essa nota, porém continuo insatisfeita com o index da saída noturna:
Tanto que eu notei que a escolha não foi extensa como o index do parque.
Sexta é entrega de duas ampliações entre quatro escolhidas pela prof. Sim, ela só escolheu quatro de mais de 30 fotos. Isso prova que eu não estou errada com a minha insatisfação.
Enfim, é esperar pra ver.
O auto retrato também ficou "meia boca".
Aguardo resultados.
Com um bom método de avaliação
T1
- Tema (cenas inusitadas)
- Composição
- Acabamento
- Criatividade
Index do Parque do Ibirapuera com as duas fotos escolhidas para amplição destacadas:
Seria uma vergonha se eu não atingisse essa nota, porém continuo insatisfeita com o index da saída noturna:
Tanto que eu notei que a escolha não foi extensa como o index do parque.
Sexta é entrega de duas ampliações entre quatro escolhidas pela prof. Sim, ela só escolheu quatro de mais de 30 fotos. Isso prova que eu não estou errada com a minha insatisfação.
Enfim, é esperar pra ver.
O auto retrato também ficou "meia boca".
Aguardo resultados.
05 maio, 2008
Fotografia
Atividade 2 - Fotografia noturna
Atividade 3 - Auto retrato
Atividade 4 - Relatório da exposição "Outra cidade", expo da profa. Daniela de Moraes.
Estou extremamente insatisfeita com os resultados dos meus últimos registros fotográficos, da saída noturna.
A entrega do index é nessa sexta. E o meu auto retrato ainda nem finalizei.
Não estou tão inspirada e isso me frustra. De 190 fotos, 35 foram aproveitadas. O processo é sempre longo. Uma foto nunca vai estar suficientemente satisfatória nos primeiros clicks. Ainda mais quando se trata da autoria de alguém tão metódico como minha persona.
Não vou dizer que as 35 fotos não ficaram boas, mas não há uma sequer que eu olhe e diga: "Nossa que foto foda!"
Preciso aprender a fazer retratos, mais espontâneos. Porém, não gosto de abordar "estranhos", sinto-me invadindo a particularidade alheia.
Ora outra navego por sites do gênero, apreciar as mais variadas formas de fotografar, sinto-me "deficiente" por ter que fazer milagres com uma S90.
Próxima aquisição (sabe-se lá quando será possivel), uma reflex urgente! Talvez uma Nikon.
E cada dia que passa, mais me apaixono por fotografia. Apesar de fazer Design, ainda farei do meu hobbie uma profissão.
Fotografar pra mim é absorver a vibração em forma de luz, o momento e a sensação, esquecendo por completo, nem que seja por segundos, tudo aquilo que um dia me tocou. Transponho apenas o externo pro interno e vice-versa, nesse espelho que dotei.
Av. Paulista. Torre da Gazeta
[Abr/08]
Atividade 3 - Auto retrato
Atividade 4 - Relatório da exposição "Outra cidade", expo da profa. Daniela de Moraes.
Estou extremamente insatisfeita com os resultados dos meus últimos registros fotográficos, da saída noturna.
A entrega do index é nessa sexta. E o meu auto retrato ainda nem finalizei.
Não estou tão inspirada e isso me frustra. De 190 fotos, 35 foram aproveitadas. O processo é sempre longo. Uma foto nunca vai estar suficientemente satisfatória nos primeiros clicks. Ainda mais quando se trata da autoria de alguém tão metódico como minha persona.
Não vou dizer que as 35 fotos não ficaram boas, mas não há uma sequer que eu olhe e diga: "Nossa que foto foda!"
Preciso aprender a fazer retratos, mais espontâneos. Porém, não gosto de abordar "estranhos", sinto-me invadindo a particularidade alheia.
Ora outra navego por sites do gênero, apreciar as mais variadas formas de fotografar, sinto-me "deficiente" por ter que fazer milagres com uma S90.
Próxima aquisição (sabe-se lá quando será possivel), uma reflex urgente! Talvez uma Nikon.
E cada dia que passa, mais me apaixono por fotografia. Apesar de fazer Design, ainda farei do meu hobbie uma profissão.
Fotografar pra mim é absorver a vibração em forma de luz, o momento e a sensação, esquecendo por completo, nem que seja por segundos, tudo aquilo que um dia me tocou. Transponho apenas o externo pro interno e vice-versa, nesse espelho que dotei.
Av. Paulista. Torre da Gazeta
[Abr/08]
21 abril, 2008
Jogo lixo e abro as portas
Deixo tudo pra trás na medida que as coisas se desgastam, sem o menor pesar.
Porque tudo que um dia vem, vai.
Tudo é gasto, como sapatos que andaram por longas estradas.
Algumas lembranças cravam como espinhos, outras dissipam como o vento, por querer ou sem querer.
Porque no fim, tudo é findo.
Porque tudo que um dia vem, vai.
Tudo é gasto, como sapatos que andaram por longas estradas.
Algumas lembranças cravam como espinhos, outras dissipam como o vento, por querer ou sem querer.
Porque no fim, tudo é findo.
11 abril, 2008
Quanto mais uma coisa me apavora, mais certeza eu tenho de que devo faze-la. Foi algo que aprendi quando era criança.
Poderia ter uma vida protegida me escondendo desse mundo tão assustador ou enfrentar o que mais me assusta.
Quanto mais doloroso puder ser, quanto maior o perigo de eu morrer fazendo isso, mais importante será faze-lo.
Mas eu não quero morrer agora.
Poderia ter uma vida protegida me escondendo desse mundo tão assustador ou enfrentar o que mais me assusta.
Quanto mais doloroso puder ser, quanto maior o perigo de eu morrer fazendo isso, mais importante será faze-lo.
Mas eu não quero morrer agora.
01 abril, 2008
Art Déco
...ou Arte Decorativa
Não foi um movimento, mas sim um estilo que afetou a arquitetura, as artes plásticas, o design gráfico e o design indústrial.
Representa a adaptação pela sociedade de massa dos princípios do cubismo. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias e móveis são geometrizados. Sem abrir mão do requinte, os objetos têm decoração moderna, mesmo quando feitos com bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres.
Caracteriza-se pela proximidade com o cubismo e suas formas geométricas, abstratas. Diferentemente da Art Nouveau, mais rebuscada, a Arte Déco tem mais simplicidade de estilo.
É o requinte que faltava nas produções, mesmo que em grande escala.
French Poster Collage Art
Interior of Shaw's Oyster Bar - Chicago
Não foi um movimento, mas sim um estilo que afetou a arquitetura, as artes plásticas, o design gráfico e o design indústrial.
Representa a adaptação pela sociedade de massa dos princípios do cubismo. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias e móveis são geometrizados. Sem abrir mão do requinte, os objetos têm decoração moderna, mesmo quando feitos com bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres.
Caracteriza-se pela proximidade com o cubismo e suas formas geométricas, abstratas. Diferentemente da Art Nouveau, mais rebuscada, a Arte Déco tem mais simplicidade de estilo.
É o requinte que faltava nas produções, mesmo que em grande escala.
French Poster Collage Art
Interior of Shaw's Oyster Bar - Chicago
Art Noveau
...ou Arte Nova
Estilo estético relacionado à Arts & Crafts, que influenciou o Design e as artes plásticas.
A exploração de novos materiais (como o ferro e o vidro) e os avanços tecnológicos na área gráfica, como a técnica da litografia colorida que teve grande influência nos cartazes.
O nome surgiu de uma loja parisiense (capital internacional do movimento), chamada justamente Art nouveau e que vendia mobiliário seguindo o estilo.
Caracteriza-se pelas formas orgânicas, sinuosidade, fluidez, escapismo para a Natureza, valorização do trabalho artesanal.
The Kiss - Gustav Klimt
Stairs - Victor Horta
Estilo estético relacionado à Arts & Crafts, que influenciou o Design e as artes plásticas.
A exploração de novos materiais (como o ferro e o vidro) e os avanços tecnológicos na área gráfica, como a técnica da litografia colorida que teve grande influência nos cartazes.
O nome surgiu de uma loja parisiense (capital internacional do movimento), chamada justamente Art nouveau e que vendia mobiliário seguindo o estilo.
Caracteriza-se pelas formas orgânicas, sinuosidade, fluidez, escapismo para a Natureza, valorização do trabalho artesanal.
The Kiss - Gustav Klimt
Stairs - Victor Horta
Arts & Crafts
...ou artes e ofícios
Foi um Movimento Estético Social surgido na Inglaterra, defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa. Entre outras idéias, defendia o fim da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer.
Artichoke Wallpaper - William Morris
Foi um Movimento Estético Social surgido na Inglaterra, defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa. Entre outras idéias, defendia o fim da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer.
Artichoke Wallpaper - William Morris
29 março, 2008
"Medo do escuro ou medo do amor?"
25 março, 2008
Minha cabeça dói!
Estou frustrada.
Por tudo que é injusto e nada que funciona nesse país.
Pela falta de educação e burrice dos brasileiros.
Insanidade nas ruas e os justos ainda pagam pela irresponsabilidade alheia.
Minha cabeça dói!
Mas ainda bem que foi só uma pancada.
E ainda me perguntam porque tenho medo de conduzir.
Estou frustrada.
Por tudo que é injusto e nada que funciona nesse país.
Pela falta de educação e burrice dos brasileiros.
Insanidade nas ruas e os justos ainda pagam pela irresponsabilidade alheia.
Minha cabeça dói!
Mas ainda bem que foi só uma pancada.
E ainda me perguntam porque tenho medo de conduzir.
17 março, 2008
Desculpe-me, se voltei a invadir de forma arrebatadora, mas o sentido, a ternura e a pele falou mais alto que o apreço das coisas que estavam do outro lado.
Queria olhar profundamente nas águas dos seus oceanos, mas não pude. Temi afogar-me, através da beleza desse olhar, novamente... E me culpar por isso.
Queria olhar profundamente nas águas dos seus oceanos, mas não pude. Temi afogar-me, através da beleza desse olhar, novamente... E me culpar por isso.
05 março, 2008
O que é Design? Parte I
Você já repetiu tantas vezes uma palavra que teve a sensação de que ela perdeu o sentido? Isso acontece bastante em relacionamentos. Quando gostamos muito de alguém, queremos que essa pessoa se sinta segura. Assim, dizemos tantas vezes eu te amo, eu te amo, eu te amo, que num determinado momento, a repetição acaba gastando o sentimento da expressão. Aí, é hora de parar pra pensar e lembrar o que ela realmente significa.
Hoje em dia, temos a impressão de que ninguém mais lembra o significado de design. Uma palavra tão simples, que faz parte do nosso dia-a-dia de tantas formas diferentes. Você assiste a um comercial que fala do novo design da escova de dentes, lê um anúncio do novo design do carro, vê o rótulo da água mineral fazer alarde do novo design da garrafa. Mas será que design é só isso? Uma roupa nova?
Existe uma máxima do design que diz que a forma é a função. Ou seja, o design não é só a roupa nova, mas também a preocupação para que serve essa roupa. Uma preocupação importante. A roupa que se usa para ir a um casamento não é a mesma que se usa para ir à praia. Mas não estamos esquecendo de alguma coisa? Será que não existe um pequeno universo entre o conceito de forma e o conceito de função?
E quanto à função do próprio design? Pra que ele serve? Design é uma profissão? Design é uma atividade econômica? Design é arte? Design é entretenimento? Design pode ter uma função social? Design pode não ter uma função? Design pode ser fantasia? Design pode ser otimismo, esperança e bom humor?
Todas essas perguntas são muito importantes, e cada uma delas tem muitas respostas. Quem tem interesse em design deve encontrar a sua própria resposta. Mas, se procurarmos todos juntos, tudo pode ficar mais fácil.
Um apaixonado nunca pode esquecer o que significa eu te amo.
[texto retirado de uma instituição de ensino]
Hoje em dia, temos a impressão de que ninguém mais lembra o significado de design. Uma palavra tão simples, que faz parte do nosso dia-a-dia de tantas formas diferentes. Você assiste a um comercial que fala do novo design da escova de dentes, lê um anúncio do novo design do carro, vê o rótulo da água mineral fazer alarde do novo design da garrafa. Mas será que design é só isso? Uma roupa nova?
Existe uma máxima do design que diz que a forma é a função. Ou seja, o design não é só a roupa nova, mas também a preocupação para que serve essa roupa. Uma preocupação importante. A roupa que se usa para ir a um casamento não é a mesma que se usa para ir à praia. Mas não estamos esquecendo de alguma coisa? Será que não existe um pequeno universo entre o conceito de forma e o conceito de função?
E quanto à função do próprio design? Pra que ele serve? Design é uma profissão? Design é uma atividade econômica? Design é arte? Design é entretenimento? Design pode ter uma função social? Design pode não ter uma função? Design pode ser fantasia? Design pode ser otimismo, esperança e bom humor?
Todas essas perguntas são muito importantes, e cada uma delas tem muitas respostas. Quem tem interesse em design deve encontrar a sua própria resposta. Mas, se procurarmos todos juntos, tudo pode ficar mais fácil.
Um apaixonado nunca pode esquecer o que significa eu te amo.
[texto retirado de uma instituição de ensino]
04 março, 2008
Review - Show do Iron Maiden
[02.03.08] - Parque Antártica
Espera, calor, mais espera, uma rápida chuva pra refrescar os animos e...
Às 20h10, ao som de "Doctor, doctor" apenas como introdução de todo show.
Iron Maiden entra no palco com "Aces High" fazendo o chão tremer!
Bruce faz uma tirada: "Bom chuva aqui em SP, mas tudo bem, por que ela não vai estragar o show, né?" - Disse, olhando pro o céu e no momento passa um helicóptero - "Deve ser aquelas "Space" Girls mijando em nós. Que se fodam então!" - E mostra o dedo do meio olhando pra cima. Huahuaha
Seguiram com "2 Minutes to Midnight", "Revelations" e "The Trooper".
Em "The Trooper", Bruce Dickinson, em plena forma, entrou caracterizado com uma roupa de soldado britânico, enquanto cantava, sacudia uma bandeira do Reino Unido.
A banda emendou "Wasted Years"
"Can I play with madness"
"The rime of the ancient mariner"
"Powerslave"
"The number of the Beast"
"heaven can wait"
"Run to the hills"
O HINO "Fear of the dark"
O mascote Eddie entra no palco com sua forma robótica e estonteante durante a execução de "Iron maiden" [fechando o primeiro bloco pra pausa]
Voltaram com uma conversa com o público
Bruce: "Gostamos muito de fazer shows na América Latina, especialmente no Brasil. Sei que muita gente não pôde comprar ingresso porque eles acabaram muito rapidamente. Obrigado por terem comprado todos os ingressos"
E prometeu: "Nós voltaremos, dentro de um ano, para um grande show, com explosões, fogos, bonecos. Vai ser o maior show do Iron Maiden já feito em São Paulo."
Seguiram com "Moonchild" e "The clairvoyant"
Fechando o show às 22hs com "Hallowed be thy name".
Melhor show que eu já fui!
Não tem preço que pague a adrenalina, a emoção e o orgulho de dizer:
"Eu tava lá, no meio das 37 mil pessoas, pulando, cantando em alto e bom som! Foi foda!"
Vale a pena ver esse vídeo:
- Fear of the Dark, pela vista do prédio ao lado do Pq Antártica:
http://www.youtube.com/watch?v=yhGQN0R8VDE
[Não é à toa que eles curtem os fãs brasileiros! Só nós conseguimos fazer o chão tremer assim! Arrepio de lembrar dessa vibe!
Até quem não curte, qdo vê esse vídeo dá a idéia da grandeza e da emoção de tantas pessoas cantando um Hino de uma banda que conquista fãs à décadas]
Espera, calor, mais espera, uma rápida chuva pra refrescar os animos e...
Às 20h10, ao som de "Doctor, doctor" apenas como introdução de todo show.
Iron Maiden entra no palco com "Aces High" fazendo o chão tremer!
Bruce faz uma tirada: "Bom chuva aqui em SP, mas tudo bem, por que ela não vai estragar o show, né?" - Disse, olhando pro o céu e no momento passa um helicóptero - "Deve ser aquelas "Space" Girls mijando em nós. Que se fodam então!" - E mostra o dedo do meio olhando pra cima. Huahuaha
Seguiram com "2 Minutes to Midnight", "Revelations" e "The Trooper".
Em "The Trooper", Bruce Dickinson, em plena forma, entrou caracterizado com uma roupa de soldado britânico, enquanto cantava, sacudia uma bandeira do Reino Unido.
A banda emendou "Wasted Years"
"Can I play with madness"
"The rime of the ancient mariner"
"Powerslave"
"The number of the Beast"
"heaven can wait"
"Run to the hills"
O HINO "Fear of the dark"
O mascote Eddie entra no palco com sua forma robótica e estonteante durante a execução de "Iron maiden" [fechando o primeiro bloco pra pausa]
Voltaram com uma conversa com o público
Bruce: "Gostamos muito de fazer shows na América Latina, especialmente no Brasil. Sei que muita gente não pôde comprar ingresso porque eles acabaram muito rapidamente. Obrigado por terem comprado todos os ingressos"
E prometeu: "Nós voltaremos, dentro de um ano, para um grande show, com explosões, fogos, bonecos. Vai ser o maior show do Iron Maiden já feito em São Paulo."
Seguiram com "Moonchild" e "The clairvoyant"
Fechando o show às 22hs com "Hallowed be thy name".
Melhor show que eu já fui!
Não tem preço que pague a adrenalina, a emoção e o orgulho de dizer:
"Eu tava lá, no meio das 37 mil pessoas, pulando, cantando em alto e bom som! Foi foda!"
Vale a pena ver esse vídeo:
- Fear of the Dark, pela vista do prédio ao lado do Pq Antártica:
http://www.youtube.com/watch?v=yhGQN0R8VDE
[Não é à toa que eles curtem os fãs brasileiros! Só nós conseguimos fazer o chão tremer assim! Arrepio de lembrar dessa vibe!
Até quem não curte, qdo vê esse vídeo dá a idéia da grandeza e da emoção de tantas pessoas cantando um Hino de uma banda que conquista fãs à décadas]
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